Cerca de 50 pessoas furam proibição e fazem ato pró-Bolsonaro em Brasília
Um grupo de cerca de 50 pessoas participou hoje de um protesto a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, apesar da proibição de que fossem realizados atos no local neste domingo. O ato durou cerca de duas horas. O presidente Jair Bolsonaro não apareceu no local, como fez durante sete domingos consecutivos. Na semana passada, diante do avanço dos protestos contra ele, pediu para seus apoiadores ficarem em casa.
Na noite de ontem, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), assinou o fechamento da Esplanada dos Ministérios para pedestres e veículos desde a meia-noite até as 23h59 de hoje. O decreto informa que manifestações na Esplanada dos Ministérios poderão ser admitidas, desde que comunicadas "com antecedência" e com autorização do Secretário de Segurança do DF.
Ao justificar a decisão, Ibaneis citou "as aglomerações verificadas nos últimos dias na Esplanada dos Ministérios, que contrariam as medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus", e afirmou que "parte das manifestações realizadas nessas aglomerações tem declarado conteúdos anticonstitucionais", inclusive com ameaças de manifestantes aos Poderes.
A proibição foi publicada após a PM (Polícia Militar) desmontar um acampamento de apoiadores do presidente, que permaneciam desde maio na Esplanada.
PM permitiu permanência de manifestantes
De acordo com o observado pela reportagem do UOL neste domingo, parte do grupo —vestido de verde e amarelo e carregando símbolos de Israel e a bandeira dos Estados Unidos— não usava máscaras ou outro tipo de proteção contra o novo coronavírus, embora o uso do acessório seja obrigatório por lei no DF.
Algumas pessoas gritaram palavras de ordem contra o STF (Supremo Tribunal Federal), o governador Ibaneis Rocha e a pandemia de covid-19, doença causada pelo coronavírus.
A Polícia Militar chegou a se aproximar dos manifestantes e falou com alguns deles, mas não exigiu que se retirassem do local. Procurada pelo UOL, a PMDF informou que o grupo já estava no local antes da chegada da corporação e a retirada dos manifestantes estava sendo negociada.
Em determinado momento, o comando da PM responsável pela área da Esplanada dos Ministérios conversou com parte do grupo pedindo que o dia seja "harmonioso" e sem confrontos. A conversa ocorreu de maneira pacífica. Antes de meio-dia, o grupo havia se dispersado para fora da praça.
De acordo com transmissões em redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também foi à Esplanada dos Ministérios e cumprimentou apoiadores de Bolsonaro. Ele estava sem máscara e causou aglomerações ao seu redor.
Diante da impossibilidade de ficar na região da Esplanada, um grupo de dezenas de pessoas a favor do presidente se reuniu em frente ao Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano. Parte não usava máscaras de proteção facial contra o coronavírus. Os manifestantes estenderam uma Bandeira Nacional gigante e levaram cartazes de apoio ao governo federal, além de vuvuzelas.
Ataques ao governador
Mais tarde, uma parcela do grupo foi para a frente do Palácio do Buriti, local de trabalho do governador do Distrito Federal, no Eixo Monumental. Os manifestantes criticaram o decreto de Ibaneis Rocha, chamaram ele de "comunista" e pediram sua saída do cargo.
Uma das maiores preocupações da PM é que o prédio seja alvo de depredações. Parte dos manifestantes passou a atacar Ibaneis com mais veemência após o desmonte do acampamento pró-Bolsonaro na Esplanada. O ato terminou por volta das 16h30 sem ocorrências, informou a PM.
Ao contrário do que viu em atos anteriores, a reportagem não presenciou hoje faixas em grades ou na grama na área da Esplanada.
A sede do STF e o Palácio do Planalto têm segurança reforçada hoje, com grades e integrantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais), além de agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Bolsonaristas lançaram fogos de artifício no STF
A PM ontem desmontou o acampamento liderado pela ativista Sara Winter, que estava há semanas na Esplanada. Os manifestantes se autointitulavam os "300 do Brasil", apesar de somarem apenas algumas dezenas de pessoas. Winter é investigada no âmbito do inquérito das fake news, que apura ataques e ameaças contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Após o desmonte, os manifestantes voltaram a atacar o STF. Um grupo de aproximadamente 30 pessoas lançou fogos de artifício contra o prédio do Supremo, simulando um bombardeio.
Manifestações da semana passada
Na semana passada, grupos contra e a favor do presidente dividiram a Esplanada dos Ministérios. Antes disso, a capital federal registrava com frequência atos favoráveis a Bolsonaro.
No domingo (7), a Esplanada dos Ministérios foi dividida por um cordão formado por grades e policiais militares, com a Praça dos Três Poderes bloqueada. Os protestos aconteceram ao mesmo tempo. Por imagens aéreas da manifestação, chamou a atenção o número maior de manifestantes contrários ao governo do que de apoiadores.
Enquanto os manifestantes contra o governo carregaram faixas com dizeres como "Fora, Bolsonaro fascista" e "antirracismo", os apoiadores do governo federal tinham um trio elétrico e bandeiras pela "liberdade", "família", e "intervenção cívico militar". Não houve registros de conflitos.
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