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Secretaria de Segurança de SP anuncia prisão de PMs que espancaram jovem

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 20h18

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) anunciou, em nota divulgada na noite de hoje, a prisão preventiva de oito policiais militares envolvidos no espancamento de um jovem na madrugada do último sábado (13), na zona norte de São Paulo. Segundo a assessoria da PM, os oito serão levados ainda hoje ao presídio Romão Gomes, exclusivo para agentes da corporação.

"A Polícia Militar solicitou nesta segunda-feira (15) a prisão preventiva dos oito policiais envolvidos na ocorrência da madrugada do último sábado (13), na zona norte da capital. A Justiça deferiu o pedido e a Corregedoria da PM cumpriu os mandados", diz o comunicado da SSP.

Identificados, os PMs haviam sido afastados no sábado (13) do serviço operacional. Graças às imagens, foi possível identificar que os agentes pertencem ao 43º batalhão, no bairro do Jaçanã.

Em coletiva na tarde de hoje, o titular da SSP-SP, João Camilo Pires de Campos, prometeu "apurar com o rigor que merece o fato". Mais tarde, a secretaria informou o afastamento de 14 policiais militares envolvidos em casos de agressões no final de semana, incluindo os participantes do incidente na zona norte de São Paulo.

Ao tentar se defender dos golpes, o jovem afirmava ser trabalhador e que estava na casa da namorada. Os policiais ainda ameaçaram moradores que viram as agressões e filmaram a ação.

Levado pelos policiais ao 73º Distrito Policial, também no Jaçanã, o jovem de 27 anos afirmou no final de semana que se machucou ao cair no chão e bater a cabeça contra uma escada. A versão foi a mesma apresentada por dois soldados no DP.

A princípio, o delegado responsável colocou no primeiro Boletim de Ocorrência do caso — de desacato e resistência — somente a versão dos PMs. Apenas depois que as imagens se tornaram públicas que o delegado fez um BO complementar de tortura e falso testemunho.

Ainda no sábado, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou a atitude dos policiais como "absolutamente condenável". "O governo de São Paulo não compactua com qualquer tipo de violência", publicou Doria no Twitter.