PMs atropelam motoqueiro e chutam sua cabeça no interior de SP
Policiais militares foram flagrados atropelando um motoqueiro e chutando a cabeça dele em uma rua de Bebedouro, cidade a 380 quilômetros da capital paulista, no dia 6 de junho deste ano. As imagens vieram a público hoje.
A agressão ocorreu por volta das 12h, segundo a PM (Polícia Militar), após uma perseguição de um motorista que recebeu ordem para parar a moto, mas não obedeceu. O caso é investigado pela Corregedoria da corporação.
Ainda de acordo com a PM, o motoqueiro "portava uma porção de maconha, não possuía CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e a motocicleta estava com licenciamento atrasado desde 2017.
"O caso foi encaminhado ao DP (Distrito Policial) de Bebedouro. A Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar todas as circunstâncias relativas à ocorrência e à conduta dos policiais envolvidos", informou a corporação por meio de nota.
Violência policial em série em SP
O caso que veio a público hoje se junta a uma série de episódios recentes de violência policial em São Paulo. Na noite de sexta-feira, em Barueri, quando um homem rendido foi agredido por policiais militares. Vizinhos que tentaram proteger a vítima também foram atacados pelos PMs, que foram afastados.
Na madrugada do sábado, na zona norte de São Paulo, mais policiais militares agrediram um jovem que afirmava estar na casa da namorada. Os PMs pertenciam ao 43º batalhão, do bairro do Jaçanã, e também foram afastados.
Por fim, durante manifestações ontem na avenida Paulista, um policial militar sem identificação na farda empurrou um repórter do UOL pelas costas para atrapalhar uma gravação. Em nota, a PM prometeu tomar as medidas cabíveis.
Secretário promete rigor em investigações
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, o general João Camilo Pires de Campos, prometeu hoje investigar com rigor as ocorrências de agressões envolvendo policiais militares no último final de semana.
"Não há complacência com o erro. Um dos pontos fortes da polícia de São Paulo é que as corregedorias são fortes, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil", afirmou o secretário.
"Os inquéritos estão em curso e nas delegacias das áreas. Vamos apurar com o rigor que merece o fato, lamentamos profundamente que tenham ocorrido. Os policiais são treinados para que isso não ocorra", acrescentou.
O governador João Doria (PSDB) afirmou também hoje que não aceita violência policial "de nenhuma espécie, sob nenhuma justificativa, sob nenhuma condição. Quero dizer isso bem claro".
"Temos a melhor Polícia Militar do país, são mais de 88 mil policiais, e aqueles que cometerem equívocos, falhas, erros, passarão a ter o julgamento devido, além do afastamento imediato da tropa. Poucos não vão comprometer o comportamento de muitos", afirmou Doria.
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