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Caso Miguel: laudo aponta que Sari apertou botão para cobertura, diz TV

Do UOL, em São Paulo

01/07/2020 10h43

O IC (Instituto de Criminalística) de Pernambuco constatou por meio de perícias feitas no prédio que Sari Corte Real apertou o botão da cobertura do elevador em que o menino Miguel Otávio, 5 anos, estava. Ele morreu após cair de uma altura de 35 metros no início de junho.

O laudo da perícia, ao qual a TV Globo, contradiz a versão da ex-patroa da doméstica Mirtes Souza, mãe do menino. Ontem, o advogado Pedro Avelino afirmou à emissora que Sari contou ao delegado do caso ter "simulado" apertar o botão.

Segundo os peritos, Miguel entrou e saiu cinco vezes do elevador. Às 13h10, ele entra no elevador de serviço e aciona a tecla do 9º andar. Sari chega e bloqueia a porta. Em seguida, Miguel aciona outras teclas, entre elas a do alarme, que falhou.

O laudo aponta que ela não consegue convencer Miguel a sair, aperta a tecla da cobertura e sai. Em seguida, o menino aperta mais teclas e as portas se fecham.

Quando o elevador chega ao 9º andar, Miguel desce. Na sequência, ele abre a porta corta-fogo, que dá acesso à área dos compressores de ar-condicionado, onde não há câmeras de segurança. A porta, segundo a perícia, estava quebrada, mas ainda que estivesse fechada, a criança conseguiria abrir.

Ali, sempre de acordo com a perícia, Miguel para em frente à janela cujo peitoril tem 1,20 m — ele tinha 1,10 m e alcançou a cantoneira da janela ao escalar a parede. Ele pulou o peitoril e pisa com os dois pés na caixa dos compressores. Ao subir no gradil, uma das peças se quebra e ele cai.

Segundo a TV Globo, os peritos não encontraram vestígios de outra pessoa nem no corredor do 9º andar nem na área dos compressores. A conclusão é de que a queda foi uma ocorrência fortuita, acidental.

Sari, que é primeira-dama da cidade de Tamandaré, chegou a ser presa, mas foi liberada após pagamento de fiança. O delegado do caso tem até hoje para concluir o inquérito.

Em nota à emissora, a defesa dela afirmou que o acionamento ou não da tecla da cobertura é "irrelevante" e o que o laudo limita-se a indicar que o botão foi pressionado em razão do movimento realizado por Sari. A defesa afirma que a perícia não analisa se foi efetivamente acionado e que o elevador não segue depois para a cobertura.