Estudante picado por naja tem alta e deve depor amanhã
O estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, recebeu alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama (DF) na tarde de hoje e já está em casa. Para evitar contato com a imprensa, o jovem e a família saíram pela garagem da unidade.
O UOL apurou que o rapaz, que foi picado por uma cobra naja na última terça-feira (07), ainda não está plenamente recuperado.
"[Ele está] Meio fraco e desestabilizado, mas fora de perigo e vai continuar se cuidando e tomando os medicamentos em casa", disse um familiar de Lehmkul, que preferiu não se identificar.
A expectativa dos médicos era que Pedro recebesse alta apenas na quarta-feira (15). Porém, a família pediu que liberação fosse antecipada. O jovem chegou a ficar em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O soro antiofídico necessário para o tratamento do veneno veio do Instituto Butantan, em São Paulo. As últimas doses do estoque foram encaminhadas exclusivamente para o estudante. Os pais do jovem chegaram a importar mais 10 unidades do soro dos Estados Unidos e encaminharam ao hospital. Como nem todas foram usadas, a família doou o material para o Instituto Butantan.
Caso é tratado como tráfico de animais
Pedro deve prestar depoimento amanhã, na 14ª Delegacia de Polícia, localizada no Gama. O caso é tratado como tráfico de animais. Como o estudante não tem autorização para criar o animal, ele será multado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A naja pode custar até R$ 20 mil no comércio ilegal, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal. A serpente foi abandonada dentro de uma caixa plástica atrás de um shopping, que fica localizado no Setor de Clubes Sul.
O delegado Jonatas Silva, da 14ª Delegacia de Polícia, do Gama, informou ao UOL que em operação de cumprimento de mandado de busca e apreensão na manhã do último sábado (11), os agentes localizaram e apreenderam mais uma cobra do estudante. No total, são 18 serpentes, já que outras 16 já haviam sido localizadas escondidas em uma fazenda.
O animal estava escondido em um apartamento no Guará 2, onde também foram localizados diversos ratos que seriam criados para servir de alimento à cobra. Segundo o delegado, os animais teriam sido deixados no apartamento pelo amigo de Pedro Henrique. O imóvel alvo das buscas estava desocupado e sob a responsabilidade de um servidor do Poder Judiciário, que foi conduzido para delegacia.
A ação foi batizada de Operação Snake. No local, havia um aviso na caixa da cobra com a frase: "Não mexa, não abra, não troque de lugar, não trisque, não esbarre. Acidentes acontecem, por isso, mantenha distância". A espécie, uma jiboia arco-íris, é autorizada em território nacional.
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