Prisão domiciliar é revogada e Abdelmassih retorna ao presídio de Tremembé
O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 173 anos de reclusão pelo estupro de 56 pacientes, retornou hoje à Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, na cidade de Tremembé, no interior de São Paulo, após quatro meses em casa.
Abdelmassih teve sua prisão domiciliar revogada na última sexta-feira (28) pelo desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 3ª Vara das Execuções Criminais, atendendo a um recurso do MP-SP (Ministério Público de São Paulo). Em nota, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que ele retornou à unidade prisional às 19h30.
"A Secretaria da Administração Penitenciária informa que Roger Abdelmassih deu entrada na Penitenciária 2 'Dr. José Augusto César Salgado' de Tremembé hoje, 31/08, às 19h30", diz o texto.
A Polícia Civil chegou à casa do ex-médico, na Zona Oeste de São Paulo, por volta de 11h30.
"Ele está indo para a Divisão de Capturas, onde nós vamos fazer o Boletim de Ocorrência. Vamos passar o exame de corpo de delito e levá-lo para Tremembé", disse o delegado Nico Gonçalves a jornalistas enquanto conduzia Abdelmassih até o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
O delegado também acrescentou que o ex-médico "estava resistindo um pouquinho" à prisão, mas que tudo ocorreu de maneira "simples". Do prédio do DHPP, seguiu para o IML (Instituto Médico Legal), onde realizou o exame de corpo delito — necessário antes de seguir para a unidade prisional. De acordo com a TV Globo, ele deixou o IML às 16h20 e seguiu para a penitenciária em Tremembé.
O UOL entrou em contato com a defesa de Abdelmassih, mas não obteve nenhum retorno até a publicação deste texto.
Ex-médico cumpria pena em casa
Abdelmassih estava em casa desde abril deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus. Ele foi considerado pela Justiça em primeira instância, após pedido da defesa, grupo de risco tanto pela idade, de 76 anos, quanto por enfrentar problemas de saúde.
Porém, na decisão que derrubou sua prisão domiciliar, Almeida argumentou que cumprir a pena em casa é "privilégio restrito aos beneficiários do regime aberto" e que o caso não se aplica ao ex-médico.
O magistrado alegou que problema no coração vivido pelo ex-médico "é o mesmo para qualquer um que tenha uma cardiopatia desta natureza, dentro ou fora do sistema prisional".
O desembargador também acrescentou que outras questões de saúde apontadas pela defesa podem ser tratadas dentro da unidade prisional. Ainda, pontuou que o médico oficial não fez nenhuma recomendação de que ele não possa ser tratado na prisão.
Até abril deste ano, Abdelmassih cumpria pena na mesma Penitenciária de Tremembé, para onde volta agora. O ex-médico já teve a prisão domiciliar contestada e revogada mais de uma vez.
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