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TV: Flordelis convenceu filha a não entregá-la à polícia pelo assassinato

Flordelis manipulou filha que pretendia entregá-la à polícia, informou a CNN - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Flordelis manipulou filha que pretendia entregá-la à polícia, informou a CNN Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

04/09/2020 14h21

A Polícia Civil descobriu por meio de mensagens de WhatsApp que a deputada federal Flordelis (PSD) convenceu uma de suas filhas a não denunciá-la pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 2019. A parlamentar foi denunciada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como mandante do assassinato. Ela nega as acusações.

De acordo com a CNN, que teve acesso a documentos da investigação, foram captadas mensagens do celular de Adriano dos Santos, filho de Flordelis, nas quais a deputada tenta convencer a filha Marzy a não denunciar o crime para a polícia.

O contato de Marzy estava salvo como "Esperança", no celular da deputada. Segundo a emissora, os investigadores classificam essa troca de mensagens como "o momento exato em que Marzy foi manipulada emocionalmente, convencida a mudar de opinião, passando a não mais querer entregar Flordelis".

Num dos trechos da troca de mensagens, Marzy pede perdão para a mãe e diz que "não queria ser assim". Flordelis responde: "Te perdoar porque (sic) Você vai conseguir, estou orgulhosa de você, você é mais forte do que pensa ou imagina, mesmo sofrendo você não se vendeu ao Misael igual às outras pessoas fizeram".

Pelas mensagens, segundo a CNN, a polícia também pode concluir que Simone, outra filha da parlamentar, teve participação no homicídio. A última mensagem que Flordelis manda para Marzy diz que "se Simone for para prisão, ela não vai ficar porque não tem nada que a mantenha presa por muito tempo".

A troca de mensagens ocorreu no em 6 de agosto de 2019, quase dois meses depois do assassinato do pastor.

Anderson foi morto a tiros dentro de casa na madrugada de 16 de junho de 2019 em Niterói, região metropolitana do Rio. Cinco filhos e uma neta da parlamentar foram presos preventivamente por envolvimento no crime no último dia 24 de agosto. Outros dois filhos — um biológico e outro adotivo — já se encontravam detidos após assassinato. Flordelis não foi presa porque tem imunidade parlamentar. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas.

Na terça-feira, numa rede social, ela afirmou que não mandou matar o seu marido e acredita que "a verdade prevalecerá". No texto publicado, acompanhado de uma imagem com uma mensagem bíblica, a pastora diz que a mídia tem veiculado o caso "das formas mais cruéis" e que ela está sendo "condenada, sem nem ter direito a julgamento".