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Polícia prende namorada de suspeito de planejar a morte dos pais no RS

A jovem de 18 anos foi presa hoje após ter alta da Santa Casa de Jaguarão - Divulgação/PC-RS
A jovem de 18 anos foi presa hoje após ter alta da Santa Casa de Jaguarão Imagem: Divulgação/PC-RS

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

17/09/2020 22h46

Uma jovem de 18 anos foi presa pela Polícia Civil hoje suspeita de atirar nos sogros na última sexta-feira (11), em Jaguarão (RS). A delegada responsável pelo caso, Juliana Garrastazu, afirmou ao UOL que o filho do casal, 20, teria planejado o crime há dois anos, contando com a ajuda da mulher e de um amigo, 19, para a execução. Ele foi preso no domingo (13) e o amigo na segunda-feira (14).

A delegada disse que a herança da família — um terreno rural e duas casas na cidade — teria motivado o crime. "O filho do casal confessou que teve a ideia de matar os pais pela herança há dois anos e, quando começou a namorar com esta moça [em março], o pensamento voltou à tona e ela concordou em participar da ação", afirmou Juliana.

Paulo Adão Almada Moraes, de 50 anos, e a esposa Manoela Renata Araújo Chagas, de 40, foram assassinados em casa na última sexta-feira (11). Eles chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Além do rapaz suspeito, o casal também tem uma filha de 13 anos, que estava na casa no momento do crime. A adolescente está agora sob a guarda de familiares.

A reportagem procurou ouvir a defesa dos suspeitos, mas, de acordo com Juliana, até a data de hoje eles ainda não tinham defesa constituída.

Delegada dá detalhes do crime

Segundo Juliana, o filho do casal e a namorada moravam na casa da família. Eles tentaram cooptar várias amigos a participar do crime, até encontrar este rapaz, que aceitou participar do plano em troca de dinheiro e de ajuda para pagar um advogado para tirar um parente da prisão.

"O filho e a namorada estavam na casa e abriram a porta para o amigo [por volta das 4h30]. Ainda não sabemos se ele trouxe a arma ou se ela já estava no local. A jovem foi para o quarto dos sogros efetuar os disparos. O amigo ficou guardando a porta para ver se ninguém chegava e o filho ficou em um quarto com a irmã, dizendo que eles precisavam se proteger, pois a casa estava sendo atacada", detalhou a delegada.

Após a jovem efetuar os disparos, o amigo saiu em fuga com a caminhonete da família, conforme planejado pelo trio. O automóvel foi abandonado na rua, para dar a ideia de latrocínio, explicou Juliana. "Nós conseguimos elucidar o que aconteceu com a ajuda de testemunhas. A cena do crime também divergia do que estava sendo relatado. Além disso, as versões dos rapazes foram conflitantes e o filho acabou confessando", elucidou a delegada.

De acordo com a polícia, a jovem suspeita de efetuar os disparos teria tentado o suicídio no começo da semana, quando ainda era investigada. "Foram várias tentativas estranhas. Ela tentou se afogar numa lagoa, tomou medicamentos...", disse Juliana. Ela chegou a ser internada na Santa Casa de Jaguarão, mas teve alta hoje, sendo presa e encaminhada para o Presídio de Rio Grande na sequência.

Arma é encontrada no Rio Jaguarão

Policiais acionaram os Bombeiros, que foram ao Rio Jaguarão com a equipe de mergulhares e encontraram o revólver - Divulgação/PC-RS - Divulgação/PC-RS
Policiais acionaram os Bombeiros, que foram ao Rio Jaguarão e encontraram o revólver
Imagem: Divulgação/PC-RS

No dia do crime, a arma teria sido entregue pelo casal ao amigo, que deveria se livrar dela. Na casa do rapaz foram encontrados três estojos de munição calibre .22 — o mesmo da arma utilizada na ação. Segundo a polícia, o filho suspeito adquiriu a arma em troca de um celular dele, o da namorada e de uma TV.

Uma testemunha disse para a polícia que a arma foi jogada no Rio Jaguarão, que divide o Brasil e o Uruguai. Os policiais acionaram os Bombeiros, que foram ao local indicado com a equipe de mergulhares e encontraram o revólver.

Testemunha disse para a polícia que a arma foi jogada no Rio Jaguarão - Divulgação/PC-RS - Divulgação/PC-RS
Testemunha disse para a polícia que a arma foi jogada no Rio Jaguarão
Imagem: Divulgação/PC-RS