Diretor afastado de presídio é preso em operação que investiga corrupção
O diretor afastado da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, Rodrigo Malaquias foi preso nesta manhã em uma operação da Ficco-MG (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais), coordenada pela Polícia Federal, que investiga corrupção no sistema penitenciário do estado.
A ação, batizada de "Alegria", cumpre 29 mandados de prisão preventiva e 45 mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa comandada por servidores públicos e advogados suspeitos de crimes de corrupção em unidades prisionais do estado. Além da capital, os mandados foram cumpridos em outras 14 cidades mineiras.
Segundo a PF, as investigações revelaram uma organização criminosa comandada por servidores públicos e advogados que negociavam vendas de vagas em unidades prisionais, vagas em determinados pavilhões, além da entrada de objetos não permitidos.
"Mediante pagamento repartido entre os líderes da organização criminosa, presos de alta periculosidade eram transferidos indevidamente de unidades, além de serem colocados em alas/pavilhões com benefícios (ao trabalho, por exemplo) a que não teriam direito pelas normas de execução penal", informou o órgão.
O nome da operação, segundo a PF, é uma alusão à forma jocosa como os membros da organização criminosa se referiam ao Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Nelson Hungria, chamando-o de "Nelson Alegria".
'Flagrante incompatibilidade nos recursos'
Na manhã de hoje, os agentes cumpriram mandado de prisão preventiva e busca e apreensão no apartamento de Malaquias no bairro Barreiro, em Belo Horizonte. Um carro e uma moto de alto valor aquisitivo também foram apreendidos.
"O patrimônio que foi identificado agora é que a gente acredita que tenha sido fruto de corrupção foi sequestrado, foram três imóveis e alguns veículos" afirmou o delegado da Polícia Federal Alexsander Castro.
"Já foi demonstrado uma flagrante incompatibilidade nos recursos, que são recursos formais do estado e os bens adquiridos. Por isso que em alguns casos já foi determinadas ordens judiciais de sequestro, não só dos imóveis mas também de veículos de luxo e outros bens relacionados a investigação", complementou o delegado da polícia civil, Murilo Ribeiro.
Entre os 29 mandados de prisão preventiva, estão 13 presos que teriam sido beneficiados com o esquema, além de familiares dos presos, advogados e servidores públicos.
"São quatro policiais penais e um delegado da polícia civil", informou o delegado Castro se referindo aos servidores públicos envolvidos.
Outro lado
Em nota, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e o Depen-MG (Departamento Penitenciário de Minas Gerais) disseram não compactuar com desvios de conduta de seus servidores e que apoiam operações que buscam corrigi-los.
"A secretaria tem atuado, com prioridade e dentro do que prevê a lei, no combate a ações criminosas e no flagrante e investigação de posturas inadequadas com a conduta esperada de um profissional da segurança pública", informou.
O UOL tenta localizar a defesa de Malaquias.
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