Corpo encontrado enterrado em mata é de menino que desapareceu em Natal
Um exame de DNA confirmou que o corpo de uma criança encontrado na última quinta-feira (12) enterrado em uma área de mata no bairro da Pajuçara, em Natal, é do menino José Carlos da Silva, de oito anos, que estava desaparecido desde o dia 21 de outubro. Até agora, nenhum suspeito do crime foi preso ou identificado pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
O menino desapareceu depois que saiu de casa a mando da mãe para levar suco para os irmãos que estavam pedindo dinheiro no semáforo do cruzamento das avenidas Moema Tinôco e João Medeiros Filho, na Pajuçara. A mãe do menino, Ozenilda das Dores da Silva, disse que era comum a criança andar sozinha pela comunidade e fazer o trajeto de casa para o semáforo onde a família costumava pedir esmolas.
Segundo o Itep-RN (Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte), a identificação ocorreu somente por meio do exame, porque o corpo estava em estado de decomposição e a criança não possuía exames que pudessem ter a arcada dentária comparada com a do corpo encontrado.
O exame comparou uma amostra da ossada encontrada com a amostra colhida da mucosa da mãe do menino. A confirmação ocorreu na tarde de hoje. A causa da morte da criança ainda não foi descoberta. O Itep-RN informou que ainda não há previsão para liberação da ossada para enterro.
O caso
O desaparecimento do menino foi registrado na polícia no dia 22. O caso vem sendo investigado pelo NIPD (Núcleo de Investigação sobre Pessoas Desaparecidas), da DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) em Natal. Até agora, a polícia não sabe quem matou o menino. A mãe e o padrasto do menino não são suspeitos.
Moradores da comunidade África, onde morava o menino, encontraram o corpo enterrado próximo a uma árvore, na região onde quatro cães do Corpo de Bombeiros da Paraíba fizeram uma varredura junto com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, há 15 dias, e não encontraram nada.
Pessoas que encontraram o corpo relataram ao UOL que o grupo desconfiou de algo estranho no local porque a areia estava fofa e mexida, diferente das características do terreno, e o local exalava mau cheiro. O corpo estava com as roupas — camisa e short — que o menino vestia quando foi visto pela última vez, além da sacola com os lanches que ele levaria para os irmãos.
A varredura ocorreu entre os dias 4 e 6, na área que o menino poderia ter percorrido após ter saído de casa. O trabalho foi realizado em conjunto com policiais civis do NIPD e militares do Corpo de Bombeiros da Paraíba. Apesar das buscas, as autoridades policiais informaram que nada foi encontrado e que havia poucas informações sobre o desaparecimento do menino que pudessem ajudar a descobrir o paradeiro da criança.
Após a localização do corpo, a mãe e o padrasto foram com a Polícia Civil até o local onde o corpo foi encontrado. Ela reconheceu as roupas e a sacola que estavam com o corpo como sendo do filho.
A Polícia Civil informou que a apuração sobre a morte do menino continuará tramitando na Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa. "No intuito de preservar pessoas e informações, não serão divulgados depoimentos colhidos, nem linhas de investigação. A instituição entende o clamor público pela elucidação do caso, porém solicita cautela da população, para que injustiças não aconteçam", disse.
A corporação pediu ainda que a população ajude na investigação repassando informações verdadeiras, que poderão ser feitas, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia no número 181.
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