Taguaí: Dono da Star nega irregularidades e diz que empresa fretou ônibus
Gerente e filho do dono da Star Turismo e Viagens, Felipe Gabriel, 25 anos, acompanhou hoje a perícia do ônibus envolvido no acidente que deixou 41 mortos na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em Taguaí, no interior de São Paulo. O pai e a mãe dele também presenciaram os trabalhos, em Fartura (SP). De acordo com ele, todos estão "abalados emocionalmente". O veículo transportava funcionários da Stattus Jeans, uma empresa têxtil, e acabou batendo em um caminhão.
Ao UOL, Gabriel disse que a Stattus Jeans fretou o ônibus para levar funcionários à fábrica —diferentemente do relatado pelo advogado da empresa têxtil, Emerson Fernandes, no dia do acidente. "É importante dizer que o ônibus não tinha ligação com a empresa, era tipo uma terceirizada contratada pelos funcionários, como se fosse uma lotação", afirmou Fernandes.
A reportagem procurou pelo advogado da Stattus, mas ele não respondeu as mensagens.
Sobre as irregularidades apontadas pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), ele argumentou que a Star Turismo não é clandestina. "A empresa nunca foi clandestina, pois para ser clandestina não pode ter um nome atuando no mercado. Hoje em dia é muito difícil ter uma coisa que não seja fiscalizada. A gente tem todos os documentos da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] e Artesp", disse.
Segundo Gabriel, a empresa opera há seis anos e nunca havia registrado uma situação tão grave. "É uma verdadeira tragédia que ninguém esperava", afirmou.
"Estão falando muito sobre a documentação, mas está tudo vigente, temos todos os papéis para comprovar, os freios do ônibus estão tudo bem, temos notas fiscais de tudo, manutenção, até os peritos estão aqui e declararam que não é problema de freio. Vamos esperar para ver no que vai dar e deixo tudo no caminho de Deus que vai dar certo."
Investigação
A Polícia Civil de São Paulo aguarda laudos técnicos para esclarecer o que ocorreu no acidente. A previsão é que as análises saiam em "uma ou duas semanas", segundo um perito que estava no local.
A delegada Camila Rosa Alves disse ontem que apura versões conflitantes apresentadas pelo motorista do ônibus, por um caminhoneiro que teria sido ultrapassado pelo ônibus e pelo passageiro sobrevivente do caminhão envolvido no acidente.
De acordo com a polícia, a versão apresentada pelo motorista do ônibus é de que o freio do veículo falhou e teve de alterar a direção para tentar evitar algo pior. Já as versões do caminhoneiro que teria sido ultrapassado pelo ônibus e do passageiro sobrevivente do caminhão são semelhantes: apontam que o ônibus tentou ultrapassar em área proibida.
O motorista do ônibus sofreu ameaças de morte, mas agora está em local seguro, segundo a delegada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.