Jovem joga celular para dentro de portão e evita assalto: 'Nem pensei'
Em uma atitude no calor do momento, um jovem de 19 anos reagiu a um assalto e escapou de um roubo ao jogar o celular que segurava nas mãos para dentro do portão de um condomínio. Tudo foi flagrado pelas câmeras de segurança do local.
A tentativa de assalto aconteceu na avenida Dom Pedro, no bairro Enseada, em Guarujá. O auditor Lucas Brazil de Souza Lima conta que eram por volta das 13h quando aguardava sozinho um carro por aplicativo para ir à praia. Minutos depois de sair do prédio, ele foi abordado.
Nas imagens é possível ver que Lucas está na calçada, próximo ao portão do prédio. Um jovem de camiseta vermelha, em uma bicicleta, se aproxima e anuncia o assalto.
"Na hora, assustei. Minha reação foi jogar o aparelho para dentro do portão", conta Lucas, ao UOL. Especialistas, entretanto, orientam a vítima a sempre entregar os objetos e não reagir (leia mais abaixo).
Na sequencia o bandido vai embora. Nas imagens dá para ver que o assaltante está com uma arma na cintura, dentro do shorts e embaixo da camiseta - não é possível para saber se ela é de verdade ou um simulacro.
"Ele chegou me ameaçando de morte. Mas na hora nem pensei em nada, foi tudo bem rápido. Eu não vi que ele estava armado porque eu estava de costas quando ele levantou a camiseta. Só fui ver depois nas imagens das câmeras de segurança", acrescenta o auditor.
Ainda segundo Lucas depois da tentativa frustrada de assalto, o bandido foi embora de bicicleta sentido à praia. O auditor, então, entrou no condomínio, pegou o celular e aguardou o carro por aplicativo do lado de dentro do portão. O aparelho não ficou danificado.
A tentativa de roubo aconteceu na tarde de domingo (22). O jovem conta que no dia não procurou a polícia para registrar o Boletim de Ocorrência, mas que um registro online será feito.
Segunda tentativa de roubo
Lucas conta que essa foi a segunda tentativa de roubo que ele sofre. A primeira foi em janeiro de 2019, na orla da praia de Enseada. Na ocasião, o auditor também reagiu e não teve o aparelho celular roubado. "Eu saí correndo e o bandido desistiu de me roubar", lembra.
Apesar de nos dois casos Lucas não ter se machucado, ele ressalta que suas atitudes não foram corretas. "Fui inconsequente, mas na hora a gente não pensa direito. Sei que não devemos fazer isso e não aconselho ninguém a reagir porque a nossa vida está em risco", alertou.
Em caso de assalto, entregue o objeto
O ex-secretário Nacional de Segurança Pública coronel José Vicente diz que a conduta de Lucas foi equivocada e que, em caso de assalto, a vítima deve sempre entregar o objeto e não oferecer resistência.
"A pessoa deve ter um condicionamento de que o pior pode acontecer, uma agressão ou algo muito perigoso. A vítima deve se livrar o mais rápido possível dessa situação ameaçadora. Isso só acontece entregando o objeto. Objetos são sempre passíveis de reposição: pode-se comprar outro. O prejuízo certamente é menor do que ser agredido, levar um tiro ou morrer", disse.
O coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo explica o que se passa na cabeça do bandido em um momento do assalto.
"A pessoa quando está se preparando um assalto, espera a continuidade da sua ação com a vítima entregando aquele objeto que ela quer. Quando isso não acontece, há uma aceleração emocional no criminoso, e ele pode, neste momento de descontrole, simplesmente disparar".
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