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Regiões da 25 de Março e Brás ficam lotadas para as compras de Natal

José Dacau

Do UOL, em São Paulo

19/12/2020 15h59Atualizada em 19/12/2020 17h39

Milhares de pessoas aproveitaram o último sábado (19) antes do Natal para fazer compras nas regiões da rua 25 de Março e do Brás, no Centro. Mesmo em meio à pandemia de covid-19, o que se via pelas ruas eram pontos de aglomerações e pessoas fazendo o uso incorreto da máscara ou sem ela, além de lojas lotadas e muitas delas sem o medidor de temperatura corporal para os clientes.

Nem o forte calor que fez na cidade foi motivo para que os consumidores deixassem de procurar os presentes de última hora para parentes e amigos nas duas principais regiões de comércio popular da cidade.

Quem mais desrespeitou o uso da máscara foram os vendedores ambulantes, que ficavam sem para anunciarem melhor os produtos que estavam vendendo.

Mas era comum ver os consumidores andando pelas ruas e calçadas das duas regiões sem máscara ou com ela no queixo.

Outra norma por causa do risco de infecção pelo novo coronavírus era a disponibilidade de álcool 70% e medidores de temperatura na entrada das lojas. Na maioria delas havia um funcionário com o borrifador de álcool para a higienização das mãos clientes.

25 de Março

"Fechamos a frente da loja. Os clientes entram por uma porta apenas. Fazemos o controle de acesso. A loja comporta 1.500 pessoas e por causa da pandemia reduzimos para 700", disse Ondamar Ferreira, gerente dos Armarinhos Fernando.

"Um funcionário fica na porta com um frasco de álcool gel e mede a temperatura dos clientes", completou.

A reportagem do UOL presenciou filas para entrar em algumas lojas e o distanciamento não era respeitado em muitos casos. "Vim para comprar um skate elétrico para o meu filho. Não tem jeito aqui. Era de se esperar toda essa aglomeração e pessoas sem máscara", disse o serralheiro Ricardo Souza, que aguardava na fila sem o devido distanciamento.

É comum que pessoas de outras cidades venham fazer compras. O casal Róbson de Souza e Amanda Alves veio de Hortolândia, no interior de São Paulo. Chegaram 6h e foram primeiro para o Brás. Depois, seguiram para a rua 25 de Março.

"Viemos para comprar roupas e brinquedos para as crianças, mas pelos preços, não compensou, disse Souza. "Só valeu mesmo pelo passeio", acrescentou Amanda.

Não estava compensando também para os motoristas de aplicativos por causa do trânsito na região. "Perdi metade da minha manhã de trabalho por causa de uma corrida para o Brás. Recebi R$ 7 pela corrida e levei quase duas horas para sair de lá, e sem passageiro". declarou um dos motoristas ouvidos pela reportagem.

Brás

A reportagem do UOL gastou 40 minutos para fazer o percurso de menos de 3 quilômentros, da Rua 25 de Março até o Largo da Concórdia, no Brás. Semáforos ficavam com as luzes verdes, mas o trânsito não andava.

A região do Brás estava mais lotada do que a da rua 25 de Março. Principalmente no Largo da Concórdia, que estava repleto de vendedores ambulantes.

"O preço das lojas está muito alto. Em shopping nem entro porque é muito mais caro. Vim só comprar lembrancinhas para os netos e filhos. Compro e volto para casa. Nada dá para ficar batendo perna e facilitar por causa da pandemia", disse a professora Neide Camargo.

No início da tarde, os relógios de rua registravam 36º C. O vendedor de água mineral, Marco Antônio, comemorou. "Vendi 200 garrafinhas. Compro a R$ 0,70 centavos e vendo a R$ 2", disse ele.