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Coronavírus: Bebê recebe alta após 100 dias na UTI no interior de SP

Laura Lima do Nascimento teve funcionamento cardíaco comprometido em decorrência do novo coronavírus - Cedida
Laura Lima do Nascimento teve funcionamento cardíaco comprometido em decorrência do novo coronavírus Imagem: Cedida

Bruna Barbosa Pereira

Colaboração para o UOL, em Cuiabá

08/01/2021 16h20

Com apenas dois meses de vida, a pequena Laura Lima do Nascimento apresentou os primeiros sintomas da covid-19. Laurinha acabou desenvolvendo várias complicações causadas pela doença, precisou passar por uma cirurgia na cabeça e por uma traqueostomia. Apesar da gravidade do caso, ela voltou para casa nesta semana após 100 dias na UTI, em São José do Rio Preto (SP).

Ao UOL, o pai de Laurinha, João Pedro Nascimento, contou que a alta da filha foi um milagre para a família e para os médicos. Ela deu entrada no hospital já com pré-parada cardíaca. Os médicos chegaram a dizer que a bebê não sobreviveria.

Uma das complicações do novo coronavírus a deixou com apenas 40% do funcionamento do coração. A pequena também precisou passar por hemodiálise por conta de problemas no rim e no fígado.

"O coração melhorou um pouco, mas não restaurou, talvez ela precise passar por um transplante no futuro. Os remédios fortes afetaram o fígado e o rim, não podiam mais dar medicamentos, disseram que ela não resistiria", contou o pai.

Laura ficou 100 dias na UTI e nove dias no quarto. João Pedro explicou de a bebê começar a manifestar os sintomas da covid-19, o avô dela testou positivo e, em seguida, os pais. Somente a bebê teve sintomas mais graves.

"Trabalhava em um bar aqui na cidade com meu sogro. A neném tinha 21 dias de vida e nós tivemos só sintomas leves, tive um pouco de febre, o pai da minha esposa ficou um pouco pior mas não precisamos de hospital", lembrou.

No entanto, os pais começaram a perceber que Laurinha passou a sentir falta de ar, como se estivesse cansada, além de não se alimentar mais normalmente durante a amamentação.

"Ela teve os sintomas bastante tempo depois, quando completou dois meses e meio. Tinha muita falta de ar, cansava fácil, estava chorona. Teve um dia que ela estava com muita dificuldade para respirar, levamos ela correndo para o hospital, ela chegou lá com pré-parada cardíaca, mas conseguimos chegar a tempo. Depois disso foi só agravando o quadro dela", relatou.

Passados os "dias de muita luta", como se referiu João Pedro ao tempo em que a filha ficou internada, Laurinha ainda precisa de cuidados intensivos, mas a família agora comemora o retorno da bebê para casa.

"Foi maravilhoso quando descobrimos que ela teria alta, não tenho nem palavras para descrever a alegria de ter ela aqui com a gente depois de tudo que ela passou. Sentimos um amor incondicional por ela. A Laurinha é uma guerreira, que resistiu às coisas mais difíceis e improváveis que poderiam acontecer."