Brinquedo para de cabeça para baixo a 18m de altura em parque de diversões
"No começo, as pessoas acharam que o brinquedo tinha parado no alto um tempo maior, para dar mais adrenalina, emoção", conta o estudante Gabriel, de 23 anos, que preferiu não informar o sobrenome. "Mas, depois de uns 30 segundos, começamos a ouvir gritos de socorro das crianças, de dentro das cabines, lá em cima, e dos pais, que estavam assistindo a tudo, esperando por elas."
O jovem estava na noite de ontem com a namorada, a estudante Juliana, no Yupie Park, um parque de diversões na Praia Grande (SP), e viu quando o brinquedo Kamikaze parou com duas cabines a 18 metros de altura, mantendo os frequentadores suspensos. O desespero tomou conta dos pais, que, de acordo com Gabriel, chegaram a tentar pular para dentro do espaço reservado do brinquedo para tentar salvar os filhos.
Diante desta situação, Gabriel agiu e correu até a entrada do parque para chamar os bombeiros civis do local.
"Eram três, que estavam fazendo medição de temperatura em quem entrava, por conta da pandemia, e não tinham se dado conta do defeito. Quando olharam para cima e viram o Kamikaze parado, correram comigo para o brinquedo."
Na sequência, com ajuda do responsável pelo brinquedo, os quatro funcionários empurraram manualmente o Kamikaze até chegar ao solo e poderem retirar quem estava dentro, segundo o estudante.
"Eram umas seis crianças e três adultos dentro das duas cabines", relata o jovem, com a concordância da namorada.
"Uma mulher passou mal, parecia estar tonta depois de tanto tempo de cabeça pra baixo, e foi atendida pelos bombeiros do parque", acrescentou Gabriel, ressaltando que, do momento em que foi buscar ajuda até baixarem as cabines, foram, "no mínimo, cinco minutos que as pessoas ficaram de ponta-cabeça".
Em nota oficial, o Yupie Park informou que "houve uma oscilação de energia que fez com que o brinquedo ficasse parado por alguns segundos a mais que o habitual".
"No entanto, com a chegada da nossa equipe de manutenção, foi realizado imediatamente o procedimento padrão previsto para essas situações. Como havia superado a oscilação de energia, o funcionário ligou o equipamento, que voltou a funcionar normalmente. Todos os visitantes foram desembarcados em segurança, sem nenhuma intercorrência."
Posteriormente, no entanto, a assessoria de imprensa do parque relatou ao UOL que "houve uma parada técnica que durou, aproximadamente, um minuto e meio", e que "uma usuária ficou mais sensibilizada e foi atendida pela nossa equipe, prontamente liberada".
Diferentemente dos estudantes, a assessoria diz que havia quatro pessoas ao todo, que ficaram presas no Kamikaze.
Segundo incidente em duas semanas
Entretanto, Juliana afirma que, enquanto o namorado foi buscar socorro, ela tirou fotos e gravou vídeos do incidente.
"No registro da hora que fica gravado no arquivo da foto, a primeira foto que tirei foi às 20h24, e a última, quando as pessoas foram retiradas, às 20h34", conta ela, num intervalo total de dez minutos do incidente.
"Então, fomos até a saída do brinquedo e vimos as crianças sendo retiradas, uma mulher passando mal e os pais tentando entrar, mas sendo impedidos pelos bombeiros", conclui a estudante.
O Corpo de Bombeiros da Praia Grande confirmou à reportagem que, duas semanas atrás, em 8 de janeiro, houve uma vítima em um outro acidente no Yupie Park, mas em outro brinquedo, o Kraken. Em formato de polvo, o equipamento faz movimentos giratórios, alternando a altura. Um desses "tentáculos" despencou, com uma jovem de 19 anos dentro.
A assessoria do Yupie Park confirma o acidente, mas nega que tenha havido feridos. Ainda segundo os Bombeiros, o auto de vistoria do parque está vigente e foi realizada fiscalização pela Prefeitura de Praia Grande.
"A gente até estava pensando em ir em alguns brinquedos. Mas, depois do acidente, resolvemos ir embora. Até começou a chover, com relâmpagos", conclui Gabriel.
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