Topo

Esse conteúdo é antigo

Homem confessa que dirigia BMW em acidente que matou a noiva em Curitiba

Morgana Truber, de 38 anos, morreu em acidente em Curitiba - Arquivo Pessoal
Morgana Truber, de 38 anos, morreu em acidente em Curitiba Imagem: Arquivo Pessoal

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

17/02/2021 15h30

Uma semana depois do capotamento que tirou a vida da noiva Morgana Truber, de 39 anos, o representante comercial Lexsandro da Silva Soares, de 29 anos, procurou a Polícia Civil para assumir que dirigia a BMW durante o acidente. O caso aconteceu em uma esquina do bairro Cidade Industrial, em Curitiba, em 10 de fevereiro.

O suspeito mudou o depoimento ontem após prestar novos esclarecimentos à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), que investiga a morte, informou a polícia. Em sua primeira versão, o representante comercial contou que a noiva era a condutora do veículo, uma BMW Z4, modelo de luxo vendido com preço inicial de R$ 400 mil.

Morgana morreu ainda no local do acidente. Ela trabalhava como gerente bancária em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.

Mesmo dizendo que não era o motorista no momento do acidente, Lexsandro foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) porque testemunhas o viram conduzindo o carro. Ele também apresentou níveis de álcool acima do permitido ao ser submetido ao teste de etilômetro.

No novo depoimento, segundo a polícia, Lexsandro informou que antes de pegar Morgana no apartamento dela, em Araucária, passou em um estabelecimento, onde ingeriu quatro cervejas. Em seguida, o casal passou em um posto de combustível para comprar mais bebidas.

O acidente aconteceu no cruzamento da avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira com a rua João Bettega, no bairro Cidade Industrial de Curitiba. De acordo com a PRF, que atendeu a ocorrência, a BMW capotou após bater contra outros dois veículos.

Além das testemunhas, a polícia verificou que a forma como o banco do motorista do veículo estava apresentava incompatibilidade com a posição do corpo de Morgana.

Lexsandro ainda dirigia com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) cassada e agora responde ao inquérito por homicídio culposo, que é quando não existe a intenção de matar.

A Polícia Civil espera pela conclusão dos laudos para verificar o grau de culpa do investigado no acidente. Ele continua preso.

"A confissão por parte do condutor não só comprova o que já tinha sido apurado, como nos dá mais detalhes sobre a dinâmica pelo acidente. Ele está sendo investigado por homicídio culposo, tendo a CNH cassada. Agora a investigação segue para coleta dos laudos para estabelecer a velocidade do veículo e dinâmica de como aconteceu a colisão para saber se realmente se tratou de um homicídio culposo", comentou ao UOL o delegado Leandro Carneiro.

"Estava em choque", diz defesa

O advogado André Romeiro, que atua na defesa de Lexsandro, afirmou que o noivo não assumiu a culpa porque estava em "choque" em razão do sentimento que nutria por Morgana, já que "pretendiam construir uma vida juntos".

"A condição para que o nosso escritório assumisse era a de que falasse a verdade. Ele não disse essa primeira versão porque estava em choque, o abalando bastante, fazendo com que acabasse falando aquilo. Eles estavam muito felizes e pretendiam construir uma vida juntos", ratificou.