Diária R$ 1,2 mil e à beira-mar: como é pousada de luxo de casal preso
A pousada de luxo do casal de empresários, foragido por crimes cometidos há 20 anos e presos ontem, é o lugar perfeito para quem quer descansar — e quem sabe se esconder. Chamado de Paraíso Perdido, o complexo fica a poucos passos da areia da praia e das águas cristalinas da Praia do Garcez, em Jaguaripe, a 108 km de Salvador. É ladeada ainda pelo rio Jequiriça, que desemboca no oceano.
"Um lugar aconchegante e acolhedor, com uma áurea cheia de energias positivas para quem busca paz, tranquilidade e lazer", diz a descrição da pousada, administrada pelo casal Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueiredo.
Mas esse sossego tem lá seu preço. Quem quiser se hospedar no lounge vai pagar R$ 1.200, independentemente da temporada. Mas o valor pode subir 30% caso seja feriado, elevando a diária para R$ 1.560. O lugar é espaçoso, tem 170 metros quadrados e pode receber até seis pessoas.
Dos janelões da sala e dos quartos é possível apreciar o mar, e mesmo quem está na cozinha consegue apreciar a vegetação do lado de fora.
Os chalés são opções um pouco mais acessíveis para quem vai em grupo de seis pessoas: oscila entre R$ 1.000 (alta temporada) a R$ 800 (baixa), que eleva 30% em feriados.
A diária mais barata é de uma suíte econômica casal que oscila entre R$ 170 a R$ 190, dependendo da temporada. Diferente da outra acomodação, a descrição é bem sucinta: "ar-condicionado, frigobar, televisão e café da manhã incluso". Nem mesmo fotos foram colocadas para mostrar como são esses quartos.
Diferente de muitas pousadas na Bahia, a Paraíso Perdido permite inclusive que os hóspedes levem seus pets de pequeno a médio porte.
No site da pousada, na seção onde o complexo é apresentado, há destaque para uma festa de virada de ano, entre 2009 e 2010, que reuniu nada menos que 17 mil pessoas.
"Acomodando algo ainda não visto na região pelos moradores", frisa a publicação.
Em outros registros de eventos no local o internauta se depara com Troesch sorrindo, abraçando um cantor.
Troesch passou a ser considerado sócio da pousada em 30 de setembro de 2014. O UOL não localizou a data em que Shirley entrou na sociedade, mas em inúmeros sites de consulta da situação cadastral de empresas o casal aparece como sócios-administradores.
A pousada é, de forma geral, bem avaliada por hóspedes e recebe nota 4,6 em um compilado de avaliações reunidas pelo Google. Das 496 pessoas que opinaram sobre o local, 77% avaliaram como excelente. "Lindo lugar", "instalações dos quartos, café da manhã de hotel 5 estrelas, piscina maravilhosa!" e "os donos, Shirley e Leo, são muito simpáticos e atenciosos" são alguns dos elogios.
Por outro lado, 3% deram nota 1, considerada a pior classificação. "Não vale o preço que cobram", "atendimento medíocre e demorado, não recomendo nem para meus inimigos" e "Se for casar lá, leve um buffet terceirizado pois o do local acabou com o casamento da minha irmã" são algumas das reclamações.
No Tripadvisor a nota da pousada é 4,5, dada por 27 hóspedes.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Civil, Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo estavam foragidos desde 7 de agosto de 2018, quando tiveram suas prisões decretadas pela Justiça. Ambos já haviam sido condenados a 14 e 9 anos de reclusão, respectivamente, por roubo e extorsão mediante sequestro de uma mulher.
Os delitos pelos quais os Leandro e Shirley acabaram sentenciados datam de 10 de maio de 2001 e teriam ocorrido em Salvador. Além do casal, outras três pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público por envolvimento na ação criminosa.
No processo consta que, após ter sido sequestrada, a mulher alvo do grupo foi mantida em cárcere privado em um imóvel alugado com a participação do casal. A vítima só seria libertada após o pagamento de R$ 35 mil de resgate.
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