Com comércio fechado, lojas de construção viram opção de lazer em SP
Com grande parte do comércio e shoppings fechados em São Paulo, as lojas de materiais de construção viraram opção de lazer para o paulistano ontem (13).
Inclusa na lista de serviços essenciais, a Leroy Merlin do Morumbi estava com todas as vagas de estacionamento não-preferenciais lotadas no final da tarde de sábado. Na porta, seguranças faziam a medição de temperatura e controle de acesso, permitindo no máximo 500 clientes por vez dentro da loja.
Nos corredores, casais com bebês de colo e crianças de várias idades, idosos, famílias numerosas e pelo menos sete pessoas com cachorros caminhavam entre as prateleiras de pisos, tintas, torneiras e papéis de parede. A reportagem flagrou aglomeração, algumas pessoas sem máscara e, apesar de vários avisos espalhados pela loja, quase ninguém estava respeitando o distanciamento de 1,5 metro.
Thaís Sarmiento, 29, foi à loja com o marido atrás de material para fazer uma divisória em seu apartamento. Mas aproveitou a saída para um último passeio antes da nova fase do Plano SP de contingência do coronavírus, que deve fechar também as lojas do setor de construção a partir de segunda-feira (15).
"As pessoas ficam mais em casa e começam a olhar o que falta na casa. Eu vim hoje porque resolvi fazer uma divisória, mas também porque queria dar uma volta, sair, ver gente. Ficar o tempo todo em casa por mais 15 dias não dá. O shopping está fechado. Então vir aqui foi um último passeio, para poder sair de casa um pouco", afirmou.
O anúncio do governador João Doria sobre a nova restrição parece ter provocado uma corrida em massa às lojas do setor. "Aproveita agora, porque a partir de segunda-feira vai fechar até o mês que vem", alertou um funcionário à repórter.
Munido de um microfone, outro funcionário anunciava à clientela as promoções do dia: "Oferta relâmpago aqui na seção de elétrica, para você que vai viajar, câmera de segurança wi-fi por apenas R$ 149,90".
A loja, assim como outras do setor, permaneceu aberta até as 23h do sábado e funcionará até as 21h de domingo.
"É supérfluo, mas para a minha vida é essencial"
Daniela Habif e Bruno Capacci, moradores de Moema, acabaram se arrependendo da ida à loja. Acharam que estaria mais vazia. Eles levaram até o cachorro para as compras, mas, quando chegaram, perceberam que não foram os únicos a ter essa ideia.
"Viemos comprar justamente algumas coisas que nosso cachorro destruiu, e viemos hoje porque vai fechar na segunda. Mas a gente entrou e ficou mega sem graça. Nossa preocupação é estar estimulando a circulação, estar dando mau exemplo", disse Daniela.
"Ele destruiu o cesto de roupa suja, podemos viver sem? Podemos. Não é item essencial. A gente não tinha noção de que ia estar tão cheio, mas agora já estamos aqui, então vamos ser rápidos. A gente está bem comprometido com o isolamento", disse.
Já Mariana Korn deixou o filho de dois anos em casa e foi rapidamente à loja para comprar materiais de organização. "É supérfluo, mas para a minha vida é essencial, não consigo viver sem itens de organização. São coisas que eu realmente preciso. Acho que o pessoal correu para fazer as compras antes de fechar, sim. Tem gente vindo desesperada, com o carrinho bem cheio", afirmou.
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