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Homem que se pendurou em caminhão revela ameaças de motorista: 'Vai morrer'

Anderson ficou cerca de 20 km pendurado até conseguir pular da cabine do veículo - Reprodução de vídeo
Anderson ficou cerca de 20 km pendurado até conseguir pular da cabine do veículo Imagem: Reprodução de vídeo

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

15/03/2021 09h58

Anderson Antônio Pereira, de 49 anos, motociclista que se pendurou em um caminhão após ser atropelado e arrastado na pista da BR-101 na altura de Penha (SC), revelou que o caminhoneiro envolvido na batida, além de não ter prestado socorros, "esbofeteou" o seu rosto e lhe disparou ameaças de morte durante o desenrolar do acidente, que matou sua mulher, Sandra Aparecida Pereira, de 47 anos.

Ontem, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Anderson relatou que estava feliz por ter a mulher na garupa para o passeio de moto na manhã do sábado (6), apesar de ela não gostar do veículo. "Nós estávamos a 90 km/h na pista da direita", disse ele.

O caminhão, então, atingiu a traseira da motocicleta, que ficou enroscada enroscada em seu para-choque. Mas, em vez de frear o veículo e prestar socorro para Anderson e Sandra, o caminhoneiro seguiu arrastando os dois pelo caminho.

Segundo Anderson, o caminhoneiro em nenhum momento apresentou "intenção de desvio". O motociclista relembrou que ficou inconsciente após a batida e "acordou" em "estado de confusão mental" sobre o tanque da moto.

"Fiquei de frente pro caminhão, pro motor, e o motorista indiferente a qualquer coisa mantendo a velocidade. Andei mais pro lado um pouco e parei do lado: 'moço, para esse caminhão, diminui a velocidade, deixa eu descer, eu preciso descer'. [O caminhoneiro] Esbofeteou meu rosto, e eu segurei firme", relatou o motociclista.

Pendurado por cerca de 20 km na cabine do veículo, Anderson contou que ouviu ameaças de morte por parte do caminhoneiro: "A única coisa que o motorista dizia: 'vai morrer, vai morrer. Quer morrer? Vai morrer'".

O momento de desespero acabou em uma subida, quando o caminhão, que estava carregado, desacelerou e Anderson sentiu que podia pular. O motorista do caminhão seguiu o caminho até ser parado no km 139, em Balneário Camboriú, com o apoio da Polícia Militar.

Detido em flagrante, o caminhoneiro, que não teve nome revelado, exibia visíveis alterações da capacidade psicomotora causadas por alguma substância entorpecente. Ele vai responder criminalmente pelo homicídio de Sandra e pela tentativa de homicídio de Anderson. Segundo seu advogado, ele é réu primário e já pediu perdão à família das vítimas.