Padre que morava nos EUA morre de covid dias após perder os pais no Paraná
Um padre de 53 anos morreu em decorrências de complicações da covid-19 menos de um mês após perder os pais para a mesma doença, em Mariluz, a 552 quilômetros de Curitiba. O sepultamento do religioso ocorreu na sexta-feira (2). Marinaldo Batista atuava em uma igreja católica dos Estados Unidos, estava de férias no Brasil desde janeiro e não conseguiu retornar por causa do agravamento da pandemia.
Ele veio ao país para celebrar os 25 anos de sacerdócio, mas acabou se contaminando com a doença, sendo necessário de internação em 9 de março. Ele estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Santa Casa de Campo Mourão, quando morreu em 1º de abril.
De acordo com a Diocese de Campo Mourão, no Paraná, a morte do padre ocorreu dias após o pai, Valdir Marques Batista, morrer, em 5 de março. A mãe, Izabel Tricossi Batista, perdeu a vida no dia 23 do mesmo mês, enquanto o sacerdote já estava se tratando na UTI. O irmão dele também se infectou, mas conseguiu se recuperar da doença.
"Padre Marinaldo Batista superou toda dor e sofrimento e foi acolhido pelos anjos na casa definitiva. Que Deus o acolha na alegria do Reino. Que Deus recompense imensamente a vida e o ministério doado em favor do Reino de Deus. Que a vida e a missão do Padre Marinaldo entre nós seja semente de novas e santas vocações", destacou a Paróquia Santo Antônio, em Mariluz.
A reportagem entrou em contato com pároco Rômulo Gonçalves, de Mariluz, e com parentes de Marinaldo, mas ainda não obteve retorno.
Natural do Paraná, o padre atuava na Paróquia Santa Isabel, em Bristol, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos.
"Espero não ter o mesmo destino do meu pai"
No dia da internação, o padre publicou nas redes sociais que temia ter o mesmo destino do pai, que morreu com covid-19. Ele publicou às 5h54 que aguardava por um leito para tratar a doença.
"Estou internado na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] em Mariluz esperando vaga em enfermaria desde ontem. Espero não ter o mesmo destino do meu pai", escreveu em 9 de março.
Quatro dias antes, em 5 de março, Marinaldo publicou um vídeo logo após enterrar o pai. Ele contou que a mãe e o irmão estavam internados na UTI e não sabiam da morte do idoso. O religioso comentou que estava com sintomas e fez um apelo para as pessoas ficarem em casa. Com 10 mil habitantes, Mariluz tinha 700 casos confirmados no último boletim divulgado no site da prefeitura, em 30 de março. Na ocasião, eram 26 óbitos.
"Quero fazer um alerta a você que está negando a doença. Fui ao laboratório fazer o exame e vi pessoas andando na rua como se nada estivesse acontecendo. Quero dizer a você, que nega a doença: Você pode ser o próximo a morrer. Não há lugar para as pessoas doentes", frisou.
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