Henry: Laudo aponta 3 lesões distintas na cabeça e marcas de unha no rosto
O laudo complementar feito no corpo do menino Henry, morto na madrugada de 8 de março no apartamento da família na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, aponta lesões causadas por unha no rosto da criança e ao menos três ações contundentes distintas na cabeça. O exame, ao qual o UOL teve acesso, foi concluído nesta quarta-feira (21).
Os laudos anteriores do IML (Instituto Médico Legal) e da reprodução simulada divulgados na semana passada identificaram ao menos 23 lesões e descartaram acidente doméstico.
Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente, como apontado pelo laudo da necropsia. Segundo o documento, todas as lesões foram "produzidas mediante ação violenta (homicídio)" e aconteceram entre 23h30 e 03h30.
Questionado se as múltiplas lesões foram causadas por soco, chute, objeto contundente, pressão de dedo ou unha, o legista Leonardo Huber Tauil informou que Henry tinha lesões compatíveis com escoriações causadas por unha no nariz e embaixo do olho esquerdo.
A perícia ainda informou que as três infiltrações hemorrágicas no couro cabeludo foram causadas por três ações contundentes distintas, descartando a possibilidade de um único trauma com possível queda —versão sustentada em depoimento pelo vereador Dr. Jairinho (sem partido) e pela professora Monique Medeiros.
Padrasto e mãe da criança, Jairinho e Monique estão presos desde 8 de abril por suspeita de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas —eles são investigados por envolvimento no crime.
Inquérito deverá ser concluído na próxima semana
O crime é investigado como homicídio duplamente qualificado —com emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima. A Polícia Civil contudo não descarta que sejam identificados outros crimes. O inquérito deverá ser remetido ao MP-RJ (Ministério Público do Rio) na próxima semana.
Enquanto isso, os advogados que integram a defesa de Monique insistem na necessidade de que ela seja ouvida de novo pela Polícia Civil antes do término da investigação. Para a defesa, a mãe de Henry também era vítima de violência doméstica. "A quem interessa o silêncio de Monique?", questionaram os defensores, em nota assinada por Thiago Minagé, Hugo Novais e Thaise Assad.
Hoje à tarde, os defensores foram ao Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, para falar com a mãe de Henry. Diagnosticada com covid-19 desde segunda-feira, ela seguirá internada no local até se recuperar da doença.
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