A organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch pediu que o Ministério Público do Rio faça uma "investigação minuciosa e independente" sobre a operação da Polícia Civil que deixou ao menos 25 mortos na favela do Jacarezinho, Zona Norte da capital, hoje. Essa foi a ação mais letal da história do estado.
Para a ONG, o MP tem "obrigação constitucional" de assegurar investigações criminais adequadas quanto a eventuais abusos policiais. Na terça, o órgão fluminense disponibilizou um serviço de atendimento 24 horas para receber denúncias de possíveis casos de violência e abusos de autoridade cometidos durante ações em comunidades do estado.
Entre os mortos no confronto está o policial civil André Leonardo de Mello Frias, que atuava na Dcod (Delegacia de Combate às Drogas). Ele é o 29º agente de segurança baleado e morto no Rio em 2021. De acordo com a secretaria, todas as outras 24 pessoas eram suspeitas. As identidades não foram divulgadas.
Além dos óbitos, ficaram feridos dois policiais e dois passageiros do metrô que estavam dentro de uma composição na estação de Triagem, na mesma região.
Operação no Jacarezinho (RJ) deixa dezenas de mortos
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Fuga Homens pulam entre casas durante operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. A ação deixou dezenas de mortos
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Baleados Policiais carregam o corpo de supostamente um suspeito baleado durante operação contra traficantes de drogas no Jacarezinho, no Rio de Janeiro
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Apreensão de armas e drogas Grande apreensão de armas, drogas e munição é levada para a Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira. A apreensão é resultado da operação realizada na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. A ação policial na favela do Jacarezinho deixou dezenas de mortos na manhã de hoje.
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Desespero Mãe e familiares de um dos homens mortos na operação no Jacarezinho em desespero e chorando em frente a portaria de emergência de um hospital no RJ
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Operação Policial durante a operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas no Jacarezinho, nesta quinta feira; um policial civil que participava da operação, chamado André Leonardo de Mello Frias, morreu após ser atingido na cabeça
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Buracos na parede da comunidade do Jacarezinho nesta quinta feira (06) após operação policial contra o tráfico de drogas na região
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Policial durante operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio, que deixou dezenas de mortos
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Medo Pessoa aparentemente em situação de rua tenta se proteger durante a operação da Polícia Civil no Jacarezinho, que deixou dezenas de mortos e feriu passageiros que estavam em composições do metrô da cidade
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Armamento pesado Policiais utilizam armamento pesado durante operação da Polícia Civil no Jacarezinho, nesta quinta feira, que culminou na morte de dezenas de pessoas
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Mãe chora em frente a emergência de um hospital no RJ; operação deixou dezenas de mortos
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Moradores com o comércio aberto durante a operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio, que deixou dezenas de mortos
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Policiais apontam armas para o alto durante operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio
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Moradora diante da polícia armada durante a operação contra o tráfico na comunidade do Jacarezinho, no Rio
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Parede perfurada de bala durante a operação policial na comunidade do Jacarezinho
Reginaldo Pimenta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo 16 / 20
Helicóptero da polícia sobrevoa a comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro
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Rastro de sangue Mulher mostra cena do crime onde homem foi morto em operação no Jacarezinho
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Rastro de Sangue Imagem divulgada pela OAB mostra imóvel com várias manchas de sangue no Jacarezinho
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Rastro de sangue Imagem divulgada pela OAB mostra quarto em que um homem foi morto em ação policial no Jacarezinho
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Protesto contra mortes Moradores protestam contra a operação da Polícia Civil que deixou dezenas de mortos na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro
Leia mais WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Denominada de Operação Exceptis, a ação de hoje foi capitaneada pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e contou com o apoio de outras unidades, como a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais). Também foram usados blindados e um helicóptero. Segundo os investigadores, traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território. Entre os crimes praticados pelo grupo, estão o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e até sequestros de trens da Supervia.
Operações policias em favelas do Rio durante a pandemia foram proibidas em junho do ano passado, em caráter liminar, pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin. Na decisão, ficou acertado que apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais" as incursões poderiam acontecer.
O Human Rights Watch afirma que tem constatado "falhas graves" nas investigações de mortes causadas pela polícia no Rio. Entre outras medidas, a ONG ressalta que o MP deve assegurar que a polícia "preserve o local dos fatos, que os corpos das vítimas não sejam movidos ou retirados até completar a perícia no local, que toda a evidência seja recolhida com estrito cumprimento da cadeia de custódia e que as armas de suspeitos e da polícia sejam entregues de forma imediata aos peritos para o exame balístico".
Dados da organização mostram que no primeiro trimestre deste ano, a polícia do Rio matou 453 pessoas e ao menos quatro policiais morreram em ações policiais.
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