Lula sobre Kathlen: Parte da polícia 'atira primeiro para descobrir depois'
O ex-presidente Lula criticou na tarde de hoje a ação policial que terminou na morte da designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, grávida de três meses, no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro.
"É a excrescência do comportamento de determinados setores da polícia do Rio de Janeiro. Primeiro atira para depois descobrir quem foi a vítima", disse Lula, se referindo a uma parte da polícia.
Kathlen estava passeando com a avó em uma das ruas da comunidade quando foi atingida por um tiro de fuzil. A avó, Sayonara Oliveira, afirmou que não viu criminosos armados no momento em que a neta foi atingida.
Há indícios de que os tiros partiram da direção de onde estavam os policiais militares, de acordo com o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ. A comissão também denuncia o desfazimento da cena do crime. Ontem, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afastou 12 policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Lins, na zona norte da capital.
O ex-presidente Lula sugere que haja um grande debate sobre o "papel do Estado" na política de segurança.
"Ou o Estado cumpre suas obrigações, para garantir o direito de ir e vir, de acesso à cultura, lazer, emprego e moradia digna, ou não vamos resolver o problema da segurança, sem cuidar do povo e mandando a polícia para lá também despreparada. Polícia não é revólver, é inteligência", avalia.
Encontro com lideranças comunitárias
Lula esteve hoje em um encontro de aproximadamente três horas do ex-presidente com ao menos 21 lideranças de favelas e movimentos sociais de juventude do Rio de Janeiro.
Hoje já é o terceiro dia em que Lula encontra lideranças políticas e sociais do Rio de Janeiro. Na quinta-feira, encontrou-se com lideranças da esquerda, como o deputado federal Marcelo Freixo, que migrou do PSOL para o PSB, o deputado federal Alessandro Molon (PSB) e a deputada Jandira Feghali (PC do B).
Ontem, o encontro foi com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Na ocasião, Lula ouviu de Paes que, por enquanto, defende que Santa Cruz seja candidato da "frente ampla" na disputa pelo governo do Rio de Janeiro.
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