Maníaco do Parque, Pedrinho, Luz Vermelha: relembre assassinos cruéis
Assassinos seriais, como Lázaro Barbosa de Sousa ficou conhecido após ganhar a alcunha de "Serial Killer do DF", são coisa antiga no Brasil, com os primeiros registros datando de cem anos atrás.
Perseguido por mais de 300 agentes policiais e da Guarda Nacional depois de matar brutalmente uma família no Distrito Federal, Lázaro pode não se encaixar no perfil, mas com certeza é um assassino cruel, assim como os casos que relembramos a seguir.
1º matador em série do Brasil
Considerado o primeiro matador em série brasileiro, José Augusto do Amaral, conhecido como "Preto Amaral", atuou em São Paulo no fim dos anos 1920. Ele foi acusado pela morte por estrangulamento e violação de cadáver de um rapaz e dois adolescentes, mas morreu antes de ser julgado. As vítimas tinham 12, 15 e 27 anos.
Os crimes ocorreram em um período de menos de um mês, entre o início de dezembro de 1926 e o início de janeiro de 1927. Amaral foi apanhado depois que uma das vítimas, um engraxate de apenas nove anos, conseguiu escapar e denunciou o criminoso à polícia.
Ao ser preso, ele teria sido torturado e confessado os crimes, mas, como não foi julgado, a dúvida sobre a autoria dos homicídios permanece até hoje. Além disso, alguns casos com características semelhantes teriam ocorrido após a prisão de Amaral.
Com lanterna e pés descalços
Na década de 1960, João Acácio Pereira ficou conhecido como o "Bandido da Luz Vermelha" porque tinha uma forma bem característica de cometer seus crimes. Ele cortava o fornecimento de eletricidade de mansões em São Paulo e as invadia de pés descalços e portando uma lanterna vermelha.
Preso em Curitiba em agosto de 1967, ele teria confessado quatro crimes, cometidos entre outubro de 1966 e julho de 1967. Ele dizia que só matava "por acidente", ou seja, quando as vítimas dos assaltos reagiam. O Bandido da Luz Vermelha foi condenado a mais de 351 anos de prisão por quatro homicídios, sete tentativas de assassinato e 77 assaltos.
Após deixar a prisão, em 1997, o Bandido da Luz Vermelha teve vida curta: foi assassinado com um tiro de espingarda em uma briga de bar após quatro meses e 20 dias livre.
Estupro e mortes no parque
Em 1998, casos parecidos de estupros e assassinatos ocorridos em São Paulo fizeram a polícia suspeitar de serem obra de um serial killer. Francisco de Assis Pereira ficou conhecido como "Maníaco do Parque".
Ele enganava mulheres dizendo ser um "caça-talentos" e as convidando para sessões de fotos. Atraía as vítimas para o Parque do Estado, na divisa entre São Paulo e Diadema (SP). Ao todo, matou sete mulheres entre 17 e 27 anos. Os corpos foram achados com sinais parecidos: ajoelhados, com marcas de violência sexual e mordidas.
Ele só foi reconhecido porque uma mulher ficou desconfiada ao ser convidada para as fotos e procurou a polícia.
Pereira foi preso perto da fronteira com a Argentina, em Itaqui (RS), depois de uma fuga em que passou por outros dois países. Ele chegou a negar os crimes, mas uma repórter da revista Veja ouviu sua confissão, estampada na capa da revista. Ele foi condenado a mais de 280 anos de prisão, mas pode deixar a cadeia em 2028.
Maior serial killer brasileiro
Considerado o maior assassino serial da história brasileira, Pedro Rodrigues Filho se transformou em "Pedrinho Matador". Foi oficialmente condenado pela morte de 71 pessoas, mas alega ter matado mais de 100, inclusive o próprio pai, quando já cumpria pena.
Passou a maior parte da vida preso e virou youtuber meses depois de ser solto, aos 64, em 2018. Em seu canal, apelidado com a alcunha que o deixou famoso, tem 21,5 mil seguidores e comenta crimes. No vídeo mais recente, fala sobre a perseguição ao "Serial Killer do DF".
"Pedrinho Matador" nasceu em 1954, em uma fazenda no sul de Minas Gerais. Veio ao mundo com a cabeça machucada, porque o pai chutou a barriga da mãe durante uma briga. Começou a matar cedo, aos 13 anos.
Na maior parte dos crimes, usava facas e desferia golpes no abdome das vítimas. Depois passou a quebrar o pescoço dos alvos. Como quando foi preso, em 1973, e matou assim seu colega de viagem, a caminho da cadeia, justificando que o sujeito era um estuprador.
Corpos em pedaços
Francisco Costa Rocha matou duas mulheres: a bailarina Margareth Suída, em 1966, e a prostituta Ângela de Souza da Silva, dez anos depois. Mas foi por um traço de especial brutalidade que ele ganhou o apelido "Chico Picadinho": depois de matar, ele esquartejou os corpos.
Foi preso logo após o primeiro crime, mas a Justiça o liberou alguns anos depois, por bom comportamento. Ele voltou a matar.
Com personalidade sádica e psicopática, ele tentou matar uma prostituta em um motel de São Paulo, mas ela reagiu e conseguiu escapar. Um mês depois, repetiu o feito. Depois de matar Ângela, ele a esquartejou e tentou descartar partes do corpo pelo vaso sanitário.
Ele foi localizado pela polícia 28 dias após o crime, no Rio, enquanto lia em uma revista uma reportagem sobre o crime que havia cometido. Na prisão, Rocha chegou até a se casar. Ele está detido no Hospital de Custódia e Tratamento de Taubaté, em São Paulo.
Sangue de crianças
O hábito de beber sangue de suas vítimas deu a Marcelo Costa de Andrade o apelido de "Vampiro de Niterói". As vítimas, decapitadas e sodomizadas, eram meninos entre 5 e 13 anos. O crimes ocorreram em Itaboraí, na região metropolitana do Rio.
O criminoso foi descoberto depois que o irmão de um dos garotos assassinados escapou e contou sobre o crime para a família, em 1991.
Ao ser preso, Andrade revelou ter matado outras 13 crianças, mas ele é acusado pelo homicídio de uma 14ª. Ele dizia que bebia o sangue em busca de purificação, para ficar "tão puro e bonito" como elas.
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