Casal morto no Leblon vivia auge e estava se conhecendo, contam amigos
Sonhos interrompidos e um relacionamento que tinha tudo para dar certo. Amigos e familiares de Nathalia Guzzardi Marques e Mateus Correia Viana, ambos com 30 anos, lamentam a morte precoce do casal, que se aproximou havia cerca de seis meses.
Os dois foram encontrados ontem à noite no banheiro da casa de Mateus, no Leblon, zona sul do Rio.
O laudo de necropsia do IML (Instituto Médico Legal) aponta que foram encontrados "sinais gerais de asfixia, como coloração carminada dos tecidos, sugestivo de intoxicação exógena", reforçando a principal linha da Polícia Civil, de que o casal pode ter morrido em decorrência de um vazamento de gás.
Nos últimos anos, Mateus Viana costumava passar a maior parte dos dias na Fazenda Correia, uma propriedade familiar que fica no interior do Rio, onde, desde 2017, empreendia com a venda de tilápias. Em uma postagem nas redes sociais, ele falou dos resultados positivos que estava tendo: "Orgulho do que me tornei. Grato pelo que tenho. Grato pelo que terei".
Formado em direito, havia se mudado para a zona sul havia cerca de três anos e tinha uma vida social ativa. Ele morava sozinho no apartamento da rua Bartolomeu Mitre, onde o casal foi encontrado.
"Ele me ensinou muita coisa, acho que ele ensinou muita coisa para todo mundo. Um cara alto-astral, adorava curtir a vida, estava muito feliz com o crescimento do projeto dele na fazenda. Há uns seis anos que ele falava disso, que queria focar nessa produção, estava indo superbem, várias pessoas comprando. Ele estava tão feliz e não vai poder continuar vivendo esse sonho", disse o amigo Bruno Debois.
Em vídeos publicados por Mateus Viana, é possível ver que tinha o gosto pela música: cantava e tocava violão. O jovem gostava de andar de moto, praticar esportes radicais e sempre aparecia em fotos com animais. Além disso, era adepto a uma alimentação saudável, o que o estimulou a tocar o projeto na fazenda.
"Sempre gostou de viajar, era muito 'família', um cara tranquilo, que não arrumava confusão, sorriso largo. Ele sempre gostou de se cuidar, estar em forma. Isso ajudou até na decisão de focar nessa carreira de que ele tanto gostava, de incentivar os outros a comer melhor. A família dele está muito mal, todos nós estamos", contou o advogado Leonardo Pereira.
Psicóloga e mãe batalhadora
Mãe de um menino de oito anos, Nathalia Guzzardi Marques era psicóloga e trabalhava no Espaço Clínico e Terapêutico da Freguesia, na zona oeste, havia seis anos. Era uma jovem que adorava a natureza e era muito religiosa.
"Ela era uma mãe muito dedicada, batalhadora, sempre queria saber do filho. Era uma ótima profissional, uma pessoa incrível e meiga", disse Raquel Lopes, amiga de Nathalia.
A psicóloga morava com o filho em um apartamento no bairro do Pechincha, na zona oeste. A mãe dela, Ana Guzzardi, estava com o neto nessa casa e deu falta da filha.
A jovem almoçou com a psicopedagoga na segunda-feira (21). Como tinha um compromisso, pediu que a mãe buscasse o filho na escola. Desde então, não fez mais contato.
"Ela sempre agradecia pelas conquistas dela, pelo trabalho, pelo filho. Mesmo com os problemas do dia a dia, ela sempre tentava pensar no lado positivo. A família está muito arrasada e não consegue falar agora. Estão todos preocupados com ele [filho de Nathalia]", disse a amiga Lívia Salles.
Nayana Scalabrin, que trabalhava com a jovem, disse que ela e Mateus "não eram namorados, mas estavam se conhecendo e ela estava gostando dele".
A nutricionista conta que estranhou quando a jovem faltou ao trabalho, ainda mais porque agenda de pacientes não havia sido desmarcada.
"Eu estava muito preocupada, porque ela não era de fazer isso, sempre foi muito profissional, adorava o que fazia, não deixava os pacientes esperando. Não consigo acreditar."
Thiago Sines, pai do filho de Nathalia, lamentou as mortes. Ele disse que Nathalia "sempre foi uma pessoa que tinha medo de tudo, se preocupava com tudo, estudo, trabalho". "Ela estudou, se formou, montou a parada dela, estava estourando agora. O cara parecia ser gente boa também e vem e acontece uma coisa dessa", disse.
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