Ex-patrão de Lázaro diz que foi procurado para negociar rendição
O ex-patrão de Lázaro Barbosa de Souza, o advogado Wesley Lacerda, afirmou ao jornal O Globo que a mulher e a sogra do foragido o procuraram com a intenção de que ele as ajudassem em uma possível rendição para a polícia. De acordo com a publicação, as duas estiveram na tarde de ontem em seu escritório.
De acordo com Lacerda, a procura aconteceu em seu escritório situado em Taguatinga, no Distrito Federal. Ele ainda informou que o último contato de Lázaro com a família teria acontecido três dias após a chacina em Ceilândia.
Na ocasião, ele já estava em fuga do cerco policial quando entrou em contato com a mãe e utilizava um telefone diferente do que utilizava habitualmente.
"A partir desse último telefone e de um outro que ele utilizava nós estamos tentando contato para negociar a entrega dele para a Justiça. A família quer convencê-lo. Ele não tem respondido, mas mandei mensagens do meu celular e dos aparelhos da mulher e da sogra dele. Caso ele venha a ligar esses telefones, ou ligue para as famílias, nós vamos dar andamento", afirmou Lacerda ao Globo.
Ainda, segundo o advogado, foram enviados áudios em que ele, a mulher e a sogra falam.
"Eu expliquei que vou trabalhar para buscar garantias de que ele seja apanhado e tenha a integridade respeitada, que seja levado ao sistema [judiciário] e tenha um julgamento justo. A família diz que ele tem medo de ser morto pela polícia e acredita que ele não vai se entregar enquanto tiver esse cerco."
O advogado empregou a mãe de Lázaro entre 2017 e 2020 e contratou o foragido para serviços pontuais em 2018, em uma fazenda localizada em Cocalzinho de Goiás, onde atualmente está a força-tarefa em busca do suspeito. Ao "Brasil Urgente", Lacerda chegou a informar que o serviço prestado pelo foragido foi de qualidade e que não o via desde a prisão em Águas Lindas, no mesmo ano.
Na segunda-feira (21), A Defensoria Pública do Distrito Federal enviou uma nota à Vara de Execuções Penais para pedir proteção especial à integridade física de Lázaro Barbosa, caso ele seja preso.
A defensoria destacou que quer protegê-lo contra "qualquer forma de sensacionalismo e exposição vexatória em razão da grande repercussão e comoção social vivenciada no caso".
O pedido não foi acatado pela juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Ontem, a magistrada informou que "os pedidos defensivos formulados para 'proteção especial à integridade física e mental e proteção contra qualquer forma de sensacionalismo e exposição vexatória' são deveras inoportunos, pois dependem da concretização de fatos futuros e incertos sobre os quais este Juízo não pode decidir."
As buscas por Lázaro já completam 15 dias. Ontem um lençol foi encontrado em um possível abrigo antigo. Além disso, uma troca de tiros com um caseiro também foi registrada e a polícia investiga se o autor dos disparos foi Lázaro. Ainda não se sabe o paradeiro do foragido.
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