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Vídeo: PM reformado saca arma após reclamação por não uso de máscara em BH

Rodrigo Scapolatempore

Colaboração ao Uol, em Belo Horizonte

27/07/2021 11h41

Um policial militar reformado gerou momentos de tensão ao ameaçar pessoas com arma de fogo e agressões verbais após ser questionado por estar sem máscara em um estabelecimento fechado em Belo Horizonte. A confusão ocorreu ontem (26) em uma clínica médica na Zona Sul da capital mineira. Ninguém se feriu.

O tumulto começou quando uma mulher, que não quis ser identificada, pediu que ele colocasse a máscara de proteção contra a covid-19. Após o pedido, o homem deu início aos xingamentos, disse que ela não tinha nada a ver com a vida dele e se retirou.

Pouco tempo depois, ele retornou com a máscara - mas de nariz descoberto - e começou a explicar, exaltado, porque estava sem o utensílio. A secretária do local tentou reforçar para a mulher já havia pedido a ele que usasse o item obrigatório, sem sucesso.

"Você não é machão?"

Na sequência, um rapaz que estava na porta de uma clínica ao lado ouviu os insultos e foi até o local para tentar defender a mulher de uma provável agressão. Neste momento, o militar reformado, já nervoso, sobe o tom das provocações e o "convida" para a briga, sacando um revólver de calibre 38.

Próximos da porta da clínica, os dois continuam o debate, quando o policial decide tirar sua arma e questiona, em tom irônico: "Quer caô, pula em mim. Você não é machão?", afirmou ele, ao sacá-la.

Mesmo ameaçado, o rapaz manteve a calma, não recuou nem reagiu. Assustada e gritando, a mulher pede para que a confusão termine, enquanto segue a gravação. O agressor, então, entra novamente no espaço, ainda com a arma na mão, e revela que é policial. Com os ânimos relativamente controlados, ele guarda o revólver na cintura e justifica que está passando por estresse emocional.

Os envolvidos

Assustadas, as vítimas ainda não registraram boletim de ocorrência. Em nota, a PM confirmou que se trata de um policial reformado e disse "que está a disposição para contribuir com quaisquer apurações que possam advir dos fatos apresentados, não coadunando com desvios de conduta por parte de seus integrantes".

A Polícia Civil mineira também foi acionada. Em nota ao UOL, a corporação informou que o crime de ameaça é uma ação penal pública condicionada à representação da vítima e que orienta que o cidadão lesado procure uma delegacia de polícia para formalizar o registro e também propor a devida representação, manifestando o seu interesse em processar o autor das ameaças, como determina a Lei.

"Como o fato ocorreu em Belo Horizonte, a vítima pode comparecer à Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal de BH para fazer o registro", completou o comunicado.

A reportagem também entrou em contato com o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) para saber se tramita algum processo contra o homem, mas ainda não houve retorno.

Como o nome do policial não foi divulgado, não foi possível encontrar a defesa. Vale lembrar que, em Belo Horizonte, não portar o item de proteção em quaisquer ambientes públicos é contravenção punida com multa.