Casal brasileiro postou declarações antes de morte com 36 tiros no Paraguai
O casal morto na segunda-feira (26) com 36 tiros em uma choperia na cidade de Pedro Juan Caballero (Paraguai), próximo à fronteira com Ponta Porã (MS), postou declarações de amor horas antes de ser executado. O relacionamento completaria 10 dias hoje.
Luis Mateo Matínez Armoa, de 21 anos, usava o nome "Mateus Elefante" nas redes sociais e, segundo a polícia, tinha ligações com uma quadrilha que atuava na fronteira entre os países sul-americanos.
"Meu amor, hoje você completa mais um ano de vida e eu agradeço a Deus por isso, tal como todos os dias agradeço por Ele ter colocado você na minha vida, e poder compartilhar da vida ao seu lado. Feliz aniversário", publicou Luis no Facebook, às 20h21.
O casal comemorava o 21º aniversário de Anabel Centurión Mancuello no estabelecimento antes de ser executado. Ela retribuiu o carinho ao postar uma foto em que a dupla aparece arrumada para o evento.
Outra postagem indica que Luiz e Anabel assumiram o relacionamento publicamente no dia 18 de julho.
O caso
Em entrevista coletiva à imprensa local, Aníbal Franco, subchefe da polícia do município, informou que Luiz morreu ainda no local. Já a namorada, Anabel, chegou a ser levada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.
Já na tarde de ontem, o jornal paraguaio ABC averiguou que Luis tinha acusações de roubo registradas em 2018 e 2019.
Ele também estava sendo investigado por participar de uma quadrilha ligada à venda de celulares furtados. Segundo o agente Hugo Díaz, do departamento de investigações de Amambay, responsável por investigar o crime, o grupo foi alvo de uma operação no domingo (25), com três de seus membros sendo presos.
O policial detalhou ainda que Luis recebeu 35 tiros, enquanto Anabel apenas um.
Com a informação sobre os antecedentes da vítima masculina, os policiais também fizeram uma busca no apartamento em que ele vivia, em busca de mais evidências que pudessem levar aos autores do duplo homicídio.
Ainda segundo as entrevistas cedidas pelas autoridades locais, outras duas pessoas que estavam na choperia com o casal, um homem e uma mulher, também foram feridos pelos tiros. Ambos não tiveram o estado de saúde divulgado.
O agente Aníbal Franco também destacou em seu pronunciamento na noite de ontem que os criminosos deixaram um bilhete junto ao corpo de Luis, assinado pelos "justiceiros da fronteira" e com a frase "por favor, não roubar".
Segundo a autoridade, as primeiras informações de testemunhas dão conta de que o homicídio foi cometido por "duas ou três pessoas que chegaram ao local em um carro cinza da marca Toyota". A polícia coletou imagens das câmeras de segurança do estabelecimento para tentar identificar suspeitos e encontrar o veículo utilizado.
Já o agente Hugo Díaz explicou que essa não é a primeira ação dos "justiceiros", que já haviam cometido crimes semelhantes há alguns meses, mas estavam em silêncio recentemente.
A suspeita da polícia é de que a suposta organização seja formada por ex-membros de outras facções criminosas.
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