Empresária suspeita de pagar R$ 200 mil pela morte de namorado é solta
A empresária Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, acusada de ser mandante da morte do namorado Vitor Lucio Jacinto, de 42, foi solta hoje após decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
O juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 3ª Vara do Júri da Justiça de São Paulo, que assinou a soltura, divulgada ontem, considerou que a manutenção da prisão preventiva de Anne era "excessiva", sob o argumento de que não existem indícios que ela vá voltar a cometer crimes.
Apesar do alvará, a empresária deverá cumprir medidas cautelares, entre elas entregar seu passaporte à Justiça, a proibição de deixar sua casa aos fins de semana e feriados e a proibição de frequentar estabelecimentos que vendam bebidas alcoólicas.
"Dada sua posição de destaque, estando em bastante evidência, razoável supor que será muito difícil que sua soltura possa representar riscos à instrução processual. De modo muito sincero, para este juízo, fica muito claro que, diante de seu potencial econômico, notório, não seria a prisão que a inibiria de promover atos direcionados a provocar prejuízos à prova do processo. De todo modo, o certo é que não há nos autos nenhum indicativo de que tenha pretensão de promover atos deste jaez. Até aqui, nada revela qualquer conduta indevida ante as investigações policiais e atos subsequentes", registrou o juiz na decisão.
Na avaliação de Bastos, a probabilidade de que Anne "tenha aptidão para se evadir" é "muito reduzida" considerando que ela é "profissional estabelecida, com negócios diversificados" e tem filhos crianças ainda - "o que também determina sérias dificuldades de que abandone o distrito da culpa".
Relembre o caso
Em depoimento cedido em 30 de junho deste ano no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Anne negou que tenha pagado para matar o namorado, em crime cometido no dia 16 do mesmo mês.
Na época, ela e o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, apontado como autor do assassinato, tiveram prisão de 30 dias decretada pela Justiça.
Em seu depoimento, a empresária confirmou que pagou R$ 200 mil a Carlos, mas por um dossiê que ela teria encomendado sobre um ex-marido.
"A gente tem certeza do envolvimento dela. Ela está negando, mas é tudo tese de defesa. Ela está bem assistida. Dizendo que tudo partiu do próprio Carlos", afirmou na ocasião o delegado Fábio Pinheiro, diretor do DHPP.
Já Carlos Alex afirmou que matou a vítima a mando da empresária. A motivação para o crime teria sido uma suposta traição conjugal cometida por Vitor Lúcio, um ex-segurança de restaurante que conheceu Anne Frigo em um aplicativo de paquera.
A empresária era dona do Museu da Imaginação, mas se desligou da instituição em dezembro do ano passado, de acordo com nota da instituição. A família atua no setor de papelão e tem indústrias e também negócios e muitas propriedades em Itatiba (SP).
"Ela diz que foi procurada por ele na própria noite. 'Olha, matei seu marido'. Daí ela ficou com medo de procurar a polícia, mas é tudo contradição, porque ela continuou se encontrando com ele", acrescentou Fábio Pinheiro.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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