Pai e filho obrigavam mulheres traficadas a tatuar sobrenome deles, diz PF
Mulheres levadas ao exterior para servir a um esquema de exploração sexual eram obrigadas a tatuar o sobrenome de pai e filho que foram indiciados pela suposta liderança no esquema, segundo informações da Polícia Federal no inquérito da chamada "Operação Sedução", concluído hoje.
A investigação foi aberta depois que uma jovem de 18 anos, natural do Rio Grande do Sul e vítima do tráfico internacional de pessoas, buscou refúgio na Embaixada do Brasil em Minsk, capital da Bielorússia. Na mesma época, em setembro de 2020, a PF começou a operação.
No inquérito policial, há relatos de que as vítimas eram obrigadas a tatuar o sobrenome dos homens nas costas, para ajudar a promover a "marca" deles em sites pornográficos, além de impedir que as mulheres conseguissem deixá-los.
A Polícia Federal destaca, em nota publicada hoje, que essa prática é comum entre produtores internacionais deste tipo de conteúdo.
A mulher que conseguiu se refugiar na embaixada afirmou que vinha sofrendo abusos psicológicos e sexuais do investigado, além de ser obrigada a participar de vídeos pornográficos, transmitidos ao vivo pela internet.
Após diligências e representação judicial sobre o caso, os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão em Porto Alegre, em que foram apreendidos equipamentos eletrônicos, notebooks, mídias, anabolizantes e petrechos para práticas e abusos sexuais.
O "principal investigado", que não é identificado, foi preso em Minsk após sua inclusão na lista de procurados da Interpol. Ele foi extraditado em fevereiro de 2021 e desde então está preso preventivamente na capital gaúcha.
Ao final dos trabalhos, pai e filho foram indiciados pelos crimes de tráfico de pessoas, cárcere privado, estupro, tortura, lesão corporal e redução a condição análoga à de escravo.
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