Secretaria diz que vai 'zelar pela ordem' após Justiça liberar atos no 7/9
O governo de São Paulo afirmou que seguirá a ordem da Justiça paulista e irá garantir a segurança das manifestações antagônicas marcadas para o dia 7 de setembro. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reunirão na avenida Paulista, enquanto cidadãos críticos ao capitão reformado farão um ato "pela democracia" no Vale do Anhangabaú, no centro da capital.
O governo de João Doria (PSDB) reservou o dia e a Paulista para o ato a favor de Bolsonaro, o que causou indignação nos movimentos que organizam o ato "Fora Bolsonaro". O grupo opositor, então, marcou uma nova manifestação no mesmo dia, mas em outro local. Doria se manifestou contrário à realização dos dois eventos na mesma data.
A organização quis manter a decisão e entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Hoje, o juiz Randolfo Ferraz de Campos vetou que os dois atos aconteçam no mesmo local, mas ressaltou: "Já para local distinto, em respeito à regra constitucional, não há vedação possível, tanto por este Juízo como por qualquer outro órgão público (ou mesmo por particulares)".
Horas depois, a secretaria de São Paulo se manifestou dizendo que zela "pelo bom andamento dos atos e pela ordem pública".
"A SSP (Secretaria da Segurança Pública) se posicionou de forma contrária à realização de atos conflitantes no mesmo dia levando em consideração os riscos de confronto entre os grupos e de possíveis violações à integridade física dos participantes. Como de praxe, entretanto, as forças de segurança estarão preparadas para acompanhar os atos públicos e irão adotar as medidas necessárias para assegurar o direito de todos à livre manifestação política", afirmou em nota.
O movimento "Fora Bolsonaro e Grito dos Excluídos", que organiza o ato de oposição, comemorou a decisão judicial. "A decisão ainda ressalta que os batalhões da PM responsáveis pelo policiamento da avenida Paulista e do Vale do Anhangabaú são distintos, de modo que não procede o argumento de falta de contingente. Afirmou, por fim, que qualquer desrespeito à decisão judicial pode causar responsabilização civil e criminal dos gestores responsáveis", disse a organização, resumindo o despacho do juiz.
Não será a primeira vez em que duas manifestações antagônicas acontecem no mesmo dia, mas a tensão desta vez é maior diante do risco de pessoas estarem armadas no ato a favor de Bolsonaro.
Policiais militares da reserva e que estarão de folga têm se organizado para comparecer à manifestação, que defende pautas antidemocráticas como o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) e a intervenção militar. O próprio João Doria (PSDB), em reunião com outros governadores, ressaltou que a "milícia bolsonarista" estava incentivando pessoas a irem armadas às ruas no dia 7.
O UOL questionou a Secretaria da Segurança Pública por detalhes no policiamento nos dois atos, mas a pasta não respondeu. Amanhã, a Polícia Militar de São Paulo afirma que irá se reunir com representantes das duas manifestações para debater a segurança dos atos.
"Representantes da Subprefeitura, Guarda Civil Metropolitana (GCM), Ministério Público, Casa Militar, Ouvidoria, Defensoria Pública, Via Quatro, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB), Metrô e São Paulo Transportes (SPTrans) também foram convidados para a reunião", afirmou a PM em nota.
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