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Organizador de ato anti-Bolsonaro avisa: 'Nossa manifestação está mantida'
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Apesar de o governador de São Paulo, João Doria, ter anunciado a proibição do ato anti-Bolsonaro, marcado para o dia 7 de setembro, no Vale do Anhangabaú, os organizadores não abrem mão de realizar a manifestação. Doria liberou apenas a mobilização a favor do presidente, que será realizada na Avenida Paulista. "Um absurdo o governo de São Paulo impedir a manifestação democrática em favor de um ato golpista, que defende intervenção militar, que é contra a democracia", critica Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP). "Nossa manifestação está mantida".
O governador argumenta que a realização dos dois atos no mesmo dia e horário, mesmo em locais diferentes, "põe em risco a segurança dos manifestantes" e "divide o esforço de segurança pública". A proibição vale para todo o estado de São Paulo.
Apesar disso, os organizadores da manifestação contra Bolsonaro começaram na manhã de hoje a panfletagem para divulgar a mobilização, que reúne o tradicional "Grito dos Excluídos", que acontece há 26 anos, e o movimento "Fora, Bolsonaro".
"Argumentar que não tem como garantir a segurança de mais de um ato é uma declaração de incompetência de João Doria", avalia Bonfim. "Ele cotidianamente diz que se orgulha da polícia de São Paulo que é a mais bem preparada e a mais competente do Brasil. Se é assim, como não tem condições de garantir a segurança de duas manifestações, algo que já ocorreu em São Paulo?".
O coordenador da CMP diz que quem for ao Vale do Anhangabaú no dia 7 será orientado a se deslocar sempre em grupo em grupo e não aceitar provocações de bolsonaristas, entre outras precauções. Mas destaca que o dever e a atribuição legal garantir a segurança dos manifestantes é do governo estadual, já que o direito de manifestação e de reunião que está garantido na Constituição Federal. A entidade vai, inclusive, entrar com ação na Justiça para preservar esse direito.
"O direito de fazer ato na Paulista no dia 7 caberia a nós da oposição, a nós do campo democrático popular", afirma Bonfim. "Mas o governador cedeu a Paulista para grupos antidemocráticos, que defendem intervenção militar e o fechamento do Congresso. Ele cedeu por chantagem e por não interpretar corretamente uma orientação judicial".
Bonfim lembra que Doria "é governador e não imperador de São Paulo". "Imagina se a moda pega e daqui para afrente passamos a depender de autorização do governador para fazer um ato?", questiona. "Essa discussão está acontecendo por causa de manifestação contra Bolsonaro, mas e no dia que tiver mobilização pró-Doria e contra Doria, vamos nos tornar refém dele para nos manifestarmos?". Para ele, isso é inaceitável tanto do ponto de vista político quanto constitucional.
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