Pai de Henry Borel viu Monique pela 1ª vez desde enterro, diz advogada
A advogada Samyra Massari Lima, que representa Leniel Borel, pai da criança Henry Borel, de 4 anos, disse que ontem foi a primeira vez que ele viu a ex-esposa, Monique Medeiros, desde o enterro do garoto, morto em 8 de março, no Rio de Janeiro. A mãe e o padrasto do garoto, o ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, são apontados como responsáveis pelo crime e estão sendo julgados pelo caso.
Em entrevista ao UOL News hoje, Samyra afirmou que eles querem "justiça" e descobrir a "verdade" sobre o que aconteceu na noite em que Henry Borel foi morto no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O casal responde pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
Segundo a advogada, ontem, quando aconteceu o primeiro dia de julgamento, foi bastante "exaustivo" e "delicado" para Leniel, que precisou "reviver cada momento de terror" a que seu filho foi submetido, além de ter ficado "angustiado" por se deparar com Monique pela primeira vez desde o enterro da criança.
"Ontem para ele foi um dia delicado, o deixou angustiado se deparar com a Monique pela primeira vez após o enterro do Henry", declarou. A advogada ressalta que, "desde então [Leniel] não obteve resposta espontânea por parte dos rés e teve que reviver na íntegra cada momento de terror que ele descobriu que o filho dele foi submetido, mas ele cumpriu com o dever dele".
Samyra destaca que Leniel quis participar ativamente de todo o processo e se habilitou para atuar como assistente de acusação. "Ele não se sentiu confortável em acompanhar [o caso] apenas externamente" e esse "foi o primeiro passo desafiador para ele, porque ele sabia que teria contato direto com as testemunhas e todos os diálogos", completou Brilhante Lima.
A primeira sessão realizada ontem foi "bastante produtiva" e permitiu o esclarecimento de "muitos pontos", disse a advogada ao UOL News. A segunda sessão do julgamento deverá acontecer apenas em dezembro, quando novas testemunhas serão convocadas para depor.
Primeiro dia foi marcado por choro e discussões
O primeiro dia do julgamento da morte do menino Henry Borel foi marcado por choros tanto do pai da criança, Leniel Borel, quanto da mãe, Monique Medeiros.
Durante depoimento, Leniel emocionou os presentes na sessão ao relatar os últimos momentos vivido com o menino e contar que, poucos dias antes da morte, ao colocar o filho para dormir, ele ouviu a criança cantar uma música católica. No local, ele entoou alguns versos da canção e chorou ao mesmo tempo que Monique.
Leniel Borel também disse em audiência que tem sido ameaçado de forma velada desde a morte do filho em março. Ele atribuiu a intimidação ao ex-vereador Dr. Jairinho. A defesa do réu não se manifestou sobre a acusação.
Uma das principais testemunhas do caso, a babá de Henry, Thayna de Oliveira Ferreira, pediu para que Monique fosse retirada da audiência durante seu depoimento, pois, segundo a depoente, a mãe do garoto a teria manipulado, além de se sentir ameaçada pela presença de Monique.
Em outro momento, houve um embate entre o advogado de Monique, Thiago Minagé, e o promotor Fábio Vieira dos Santos. A juíza responsável pelo julgamento, Elizabeth Machado Louro, da 2º Vara Criminal do Rio, foi obrigada a intervir e disse que ali não era a CPI, em referência aos tumultos frequentes ocorridos durante a CPI da Covid no Senado.
Se condenados, Jairinho e Monique podem pegar até 40 anos, diz promotor
O promotor Fabio Vieira disse ontem que o ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, e a mãe da criança, Monique Medeiros, podem pegar uma pena de 40 anos pelo assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos.
"A proposta de denúncia é de homicídio triplamente qualificado [..] Um homicídio desses tem uma pena até 30 anos, podendo aumentar de um terço pelo fato de o Henry ser uma criança. Então, a pena do homicídio, em tese, pode chegar a 40 anos", afirma.
Segundo o promotor, Jairinho sentia prazer no sofrimento de crianças, e a motivação para matar Henry teria sido para satisfazer o seu próprio prazer.
"O vereador tinha esse comportamento há anos contra crianças e não porque elas o atrapalhavam de alguma maneira, e sim, porque ele sentia prazer no sofrimento dessas crianças. Entendo que a motivação desse crime seria sua satisfação, seu prazer em vê-las sofrer. Em relação ao Henry, ele já não se importava se essa criança morreria ou não", afirmou Vieira durante o UOL News, desta quarta-feira (06).
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