Segundo menino indígena desaparecido é encontrado morto em área de garimpo
O segundo menino yanomami que desapareceu na região do rio Parima, em Roraima, foi encontrado morto pelo Corpo de Bombeiros na tarde de ontem. Segundo a corporação, ele foi vítima de um afogamento.
A criança de 7 anos tinha saído para brincar com o primo, de 5, próximo à comunidade indígena onde moram e onde também há um garimpo. Os dois desapareceram e, mais tarde, o corpo do mais novo foi encontrado em uma operação de resgate realizada pelos próprios indígenas.
Os bombeiros foram acionados e as buscas pela segunda vítima continuaram nas primeiras horas da manhã de ontem, com quatro mergulhadores.
Segundo o Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), as duas crianças foram surpreendidas pelo funcionamento de um maquinário conhecido como "draga", uma embarcação que remove solo, rochas e lodo do fundo de rios ou portos. O impulso causado pelo equipamento na água fez com que as vítimas, que estavam na parte rasa, acabassem puxadas pela correnteza.
Em nota enviada ao UOL, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que "acompanha o caso junto aos órgãos de saúde e segurança pública competentes e está à disposição para colaborar como trabalho das autoridades".
A Fundação, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirmou ainda que atua em ações de fiscalização e monitoramento em Terras Indígenas de todo o país, por meio de suas unidades descentralizadas, e em parceria junto a órgãos ambientais e de segurança pública competentes.
Garimpos ameaçam terra Yanomami
A existência de garimpos ilegais em áreas de terra Yanomami é antiga no estado de Roraima. Documentos e imagens inéditas obtidos pela Agência Pública e publicados em setembro deste ano mostraram a presença do garimpo a apenas 12 km dos únicos indígenas em isolamento voluntário confirmados no território Yanomami pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Também há um segundo ramal garimpo, maior, a 42 km dos indígenas isolados. As informações foram checadas a pedido da reportagem pelo analista Heron Martins, do CCCA (Center for Climate Crime Analysis). As imagens mostram ainda as cicatrizes na floresta, frutos da exploração ilegal de ouro na região.
Apesar da ocorrência, o garimpo é ilegal em toda a Terra Indígena Yanomami. As lideranças indígenas já pediram várias vezes ao governo Bolsonaro a retirada imediata de mais de 20 mil garimpeiros.
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