Quem é 'Tio Comel' e como atua quadrilha suspeita de matar cirurgião no RJ
A Polícia Civil do Rio afirmou hoje ter confirmação de que Thiago Fernando Virtuoso, conhecido como "Tio Comel", integrante de uma quadrilha especializada em roubo de carros de luxo e clonagem de veículos, encomendou o assalto que terminou na morte do cirurgião plástico, Claudio Marsili, de 64 anos.
O médico foi morto a tiros na terça-feira (19), após estacionar sua picape Hilux na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, ao chegar para trabalhar em uma clínica da qual é sócio.
Em nota, a polícia afirmou que diligências da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) "apontam a participação do criminoso na encomenda e determinação do assalto". Comel é membro do CV (Comando Vermelho), maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
A quadrilha dele está baseada no morro do Turano, no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio, onde o carro utilizado no assalto - uma Sandero preta, foi encontrada horas após o crime.
Na ação integrada da PM e da Polícia Civil na região, um suspeito de participação no assalto foi preso. Tiago Barbosa dos Santos, 38, foi localizado por policiais militares com a mochila e a chave do carro da vítima. O suspeito tem 13 anotações criminais. O carro do médico foi encontrado em seguida no mesmo bairro.
A Polícia Civil investiga ainda se a quadrilha de Comel foi a responsável pelo roubo de um carro igual ao do médico, 12 horas antes do assassinato. O veículo pertencia a um casal de aposentados, que foi abordado de forma violenta na Tijuca, um dia antes. A suspeita é que o grupo tenha participado dos dois crimes.
Quem é "Tio Comel"?
Thiago Fernandes Virtuoso, de 35 anos, é apontado pela polícia como o maior especialista em clonagem do estado. Com extensa folha criminal e 10 mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas, roubo majorado, organização criminosa e adulteração de documentos, Comel "é um dos principais alvos da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis", confirmou o delegado Márcio Braga ao UOL.
Não só ele como outras organizações criminosas [estão na mira da especializada]
Antes de se estabilizar na clonagem de veículos, o traficante integrava um grupo especializado em crimes de "saidinha de banco" e chegou a ser preso cinco vezes.
A última prisão foi em 2014 quando ele foi detido pelo crime de saidinha de banco. No entanto, Comel foi solto em 2015 e atualmente é considerado foragido da Justiça.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha dele atua em bairros nobres do Rio de Janeiro, como Jardim Botânico, Gávea, Lagoa, na zona sul, e na Barra da Tijuca, na zona oeste.
O criminoso é o cabeça do grupo que revende mais de 100 carros clonados por ano. A adulteração dos veículos consiste na modificação da placa, do chassi e da numeração do motor e chega a ser feita em apenas quatro horas.
A quadrilha também emite documentos dos veículos que são vendidos por valores abaixo do mercado - a maioria das vezes para receptadores em outros estados. A quadrilha é suspeita de enviar também veículos para o Paraguai para dificultar a localização.
O Portal dos Procurados divulgou cartaz com imagem de Tio Comel, com recompensa de R$ 1 mil por informações que levem à sua prisão.
Investigação sobre a morte do cirurgião
A Polícia Civil apura ainda se a morte de Claudio Marsili foi um latrocínio - roubo seguido de morte - ou se o médico havia sofrido anteriormente algum tipo de ameaça. Equipes da DHC refizeram o trajeto realizado pela vítima e novas câmeras de segurança foram identificadas. As imagens estão sendo analisadas. "A investigação está em andamento e diligências seguem para identificar os envolvidos e esclarecer o caso", informou a Polícia Civil.
Marsili morreu na terça-feira com disparos na cabeça em plena luz do dia. Ele não reagiu ao assalto e mesmo assim foi morto pelos assaltantes. Imagens de uma câmera de segurança mostram que o médico após ser baleado caiu em um canal da rua. Um dos bandidos ainda desceu até o córrego para retirar os pertences do médico e depois fugiu no carro dele.
O carro de Marsili é de 2017 e está avaliado em mais de R$ 140 mil. O veículo foi recuperado pela polícia.
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