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Moradores criam gaiola para atravessar córrego sem ponte em Goiás

Homem atravessa córrego dentro de uma gaiola no interior de Goiás - Reprodução/TV Anhanguera
Homem atravessa córrego dentro de uma gaiola no interior de Goiás Imagem: Reprodução/TV Anhanguera

Colaboração para o UOL

17/11/2021 11h03Atualizada em 17/11/2021 14h15

Os moradores da região de Vão do Meloso, em Goiás, elaboraram uma solução rápida e inusitada para atravessar o Córrego do Marreco: uma gaiola. O propósito da população é criar um acesso imediato à cidade de Niquelândia, no norte do Estado.

Apesar de ser uma arriscada forma de deslocamento, a gaiola improvisada também é uma resposta dos habitantes de Vão do Meloso à falta de uma ponte para a cidade vizinha, segundo contaram moradores à TV Anhanguera, afiliada da Globo. Em 2015, eles chegaram a comprar uma depois de arrecadarem R$ 23 mil, mas ela nunca foi instalada pela prefeitura.

A gaiola foi comprada em 2020 pelos moradores para atravessar o córrego até Niquelândia com o mínimo de segurança para trabalhar, estudar e acessar outros serviços como comércios e hospitais. Mas, para chegar lá, dependem do volume de água no rio. Anteriormente, as cheias provocadas pelas chuvas os deixavam isolados no outro lado do córrego. Quando o nível da água está baixo, os moradores atravessam de caminhonete, cavalo ou a pé. Quando chove, eles recorrem à gaiola.

Homens dentro de gaiola improvisada carregam objetos até o outro lado do córrego - Reprodução - Reprodução
Homens dentro de gaiola improvisada carregam objetos até o outro lado do córrego
Imagem: Reprodução

A instalação foi projetada também para deslocar mantimentos, ferramentas, alguns objetos pesados e outros recursos necessários. Ela funciona com o auxílio de uma pessoa para manusear a corda que liga as extremidades do riacho, enquanto isso, a gaiola conectada a corda se movimenta com moradores dentro.

Em entrevista à TV Anhanguera, a dona de casa Abadia Cosme, que vive na região há 40 anos com o marido Rosalindo, conta que, sempre que chega o período chuvoso, o casal estoca mantimentos por causa da dificuldade de chegar até a cidade.

"A gente passa cerca de 60 dias sem ir a Niquelândia porque de carro é difícil. O rio enche e fica difícil de a gente passar. Por isso, compro uma grande quantia para passar dois meses ou mais", disse Abadia.

Após a repercussão dessa iniciativa, a Prefeitura de Niquelândia declarou, em nota à emissora, que chamou os técnicos da Secretaria de Viação e Obras para avaliar o local e levantar os custos para a construção de uma ponte sobre o córrego.

"O projeto foi feito. Estamos aguardando agora a parte orçamentária para a execução desta obra. Ressaltando que se trata de uma obra de alto custo. Isso é um compromisso do prefeito, e está em nosso plano de governo construir essa ponte, ainda dentro deste mandato", informa representantes da prefeitura em nota.