SP: Mulher denuncia vereador por mensagem racista contra criança; ele nega
A atendente Carolaine Vilela denunciou o vereador de Planalto (SP) Gercimar Maximiliano de Mattos (Solidariedade-SP), alegando que ele chamou sua filha de dois anos de "pretinha fedida e feia". Carolaine ainda acusa o vereador de ameaça. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil.
Em entrevista à TV Tem, afiliada da TV Globo, Carolaine contou que a ameaça ocorreu depois de ela postar nas redes sociais uma foto da criança ao lado da filha do vereador, que teria enviado mensagens por meio de um aplicativo de conversas.
A reportagem da TV Tem mostrou um print da conversa que mostra uma mensagem atribuída ao vereador com o seguinte teor: "Eu não quero essa sua pretinha feia e fedida com a minha filha". Gercimar nega ter sido o autor do texto.
"Quando ele falou que minha filha era uma pretinha fedida e feia fiquei sem chão, não tive reação na hora", disse Carolaine à TV Tem. Ela ainda alegou ter sido ameaçada depois que publicou a conversa nas redes sociais.
"Tive que mudar de casa porque não estava me sentindo segura por causa das ameaças de vida. A menina não está podendo mais frequentar a creche. Vou sozinha para o serviço, mas meus patrões precisam me trazer de volta", disse.
Em sua defesa, o vereador declarou à emissora que não é o autor da mensagem, mas não explicou quem poderia ter enviado em seu lugar.
"Jamais, nunca na vida, eu teria coragem de ofender um adulto dessa forma, que dirá uma criança", disse.
Investigação
Carolaine registrou Boletim de Ocorrência e apresentou uma denúncia na Câmara de Vereadores, que abriu uma comissão processante para investigar uma possível quebra de decoro.
Em entrevista à TV Tem, o delegado assistente da Polícia Civil, Alexandre Del Nero Arid, disse que as conversas já estão sendo analisados. Os celulares devem passar por perícia.
"A princípio foram juntados prints das telas de Whatsapp que já são suficientes para essa prova preliminar. A oitiva da testemunha é fundamental para que valide esses prints", disse.
Segundo a emissora, o advogado de Gercimar alega que o vereador não cometeu crimes de ameaça e injúria racial e tenta interromper o processo na Câmara.
Em nota, a secretaria de segurança pública de São Paulo disse que o vereador será intimado para prestar depoimento. "O caso é investigado, sob sigilo, por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia Seccional de São José do Rio Preto. A equipe da unidade já realizou a oitiva de umas das partes e coletou mensagens de aplicativo que podem auxiliar nas apurações. A mulher será ouvida novamente e o homem também será intimado para prestar depoimento. As investigações prosseguem para esclarecer os fatos" diz a nota.
O UOL tanta contato com Gercimar e sua defesa e está aberto a um novo posicionamento. A reportagem também entrou em contato com a Câmara dos Vereadores de Planalto e espera um posicionamento.
Solidariedade se manifesta
O partido Solidariedade se manifestou por meio de uma nota sobre o vereador, que na página da Câmara de Planalto aparece sem filiação.
"Sobre o caso do vereador por Planalto (SP), Gercimar Maximiliano de Mattos, o Solidariedade vem a público informar que repudia qualquer forma de discriminação, seja cor, religião, orientação sexual, gênero ou qualquer outra categoria.
A direção do Solidariedade em São Paulo, por meio do deputado estadual (SP), Alexandre Pereira, presidente do Solidariedade (SP), comunica a suspensão da filiação do vereador por seis meses, que pode ser prorrogada por mais seis meses.
O Solidariedade aguardará a apuração dos fatos junto às autoridades competentes e, se comprovada a veracidade das mensagens, poderá encaminhar o caso para Comissão de Ética com a solicitação da expulsão do vereador.
Nós, enquanto um partido formado por cidadãos que buscam um futuro melhor, manifestamos nosso repúdio a todo e qualquer tipo de injúria racial e violência, principalmente contra crianças e adolescentes. Lutamos pelos desfavorecidos e seguiremos atentos aos mais vulneráveis de nossa sociedade."
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