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Muito mais que o estorninho: 4 pragas 'importadas' que ameaçam o Brasil

O estorninho parece um pássaro inofensivo, mas é considerado uma praga por seu comportamento agressivo e voraz - Reprodução/WikiCommons/Tim Felce
O estorninho parece um pássaro inofensivo, mas é considerado uma praga por seu comportamento agressivo e voraz Imagem: Reprodução/WikiCommons/Tim Felce

Do UOL, em São Paulo

11/12/2021 06h00

A chegada do estorninho no Brasil acendeu alerta de que os animais evoluam para pragas significativas no país, segundo especialistas. A espécie de pássaro começou a aparecer na Região Sul do país, onde já foi vista em cinco municípios gaúchos. As aves são consideradas pragas pela característica de predar pequenos animais, destruir lavouras e transmitir doenças. No entanto, esta não é a única ameaça que pode ser enfrentada.

Percevejos, caracóis e até mesmo sementes misteriosas já chegaram ao país, oferecendo risco de provocar desequilíbrios ecológicos. Conheça as espécies de potenciais pragas que chegaram ao Brasil nos últimos tempos:

Caracol indiano

caracol - Arquivo Pessoal/Marcos Bornschein - Arquivo Pessoal/Marcos Bornschein
A presença do caracol da espécie Macrochlamys indica já foi confirmada em São Paulo e no Paraná
Imagem: Arquivo Pessoal/Marcos Bornschein

Em novembro, os pesquisadores notaram a presença da espécie invasora de caracol Macrochlamys indica em pelo menos sete estados brasileiros. Natural da Índia, o bicho já foi associado à destruição de plantações em diversos países e é um possível hospedeiro de vermes causadores de doenças gastrointestinais e até de meningite. A transmissão dessas enfermidades na Índia, por meio desses caracóis, já é bem documentada.

O caracol já foi confirmado no Paraná, onde foram registrados os primeiros relatos em 2019, além de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás. Acredita-se que eles tenham vindo pelo mar, provavelmente escondidos em alguma carga de planta viva. No entanto, ainda não é possível confirmar a hipótese.

Percevejo "comilão"

Percevejo  - Divulgação - Divulgação
Percevejo invasor em Santos
Imagem: Divulgação

Possivelmente trazido em um navio de contêineres, o percevejo Erthesina fullo, originário do Sudeste Asiático foi avistado em agosto deste ano em diversos bairros de Santos, no litoral de São Paulo. O inseto se revelou de alto risco para a vegetação e também para a agricultura, já que é capaz de se adaptar para se alimentar de diversos tipos de plantas.

Sementes da China

semente - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Sementes misteriosas da China chegam a catarinenses e provocam alerta oficial da Cidasc (Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina)
Imagem: Reprodução/Twitter

Um mistério envolvendo o recebimento de pacotes contendo sementes em compras da China rondou o Brasil no ano passado. Os pacotes eram recebidos pelos Correios junto com compras realizadas pela internet. Uma análise feita pelo Ministério da Agricultura apontou que as sementes contêm pragas que não existem no país. Ao todo, segundo a pasta, quase metade (17) das 36 amostras estudadas apresentaram riscos fitossanitários ao Brasil.

Uma delas continha a espécie Myosoton aquaticum, praga com potencial para ser considerada quarentenária, ou seja, com risco de estabelecimento permanente no país, podendo causar impactos econômicos negativos.

Mariposas

mariposa - Reprodução/ Sociedade Brasileira de Dermatologia - Reprodução/ Sociedade Brasileira de Dermatologia
Nota técnica concluiu que cerdas de mariposa provocaram as lesões na pele de moradores em PE
Imagem: Reprodução/ Sociedade Brasileira de Dermatologia

Apesar de não serem consideradas exatamente uma praga, as mariposas causaram muita dor de cabeça no início deste mês em Pernambuco devido a um surto de lesões que provocavam coceira. Moradores de 17 municípios do estado relataram machucados na pele.

A SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) emitiu uma nota técnica afirmando que o problema teve relação com cerdas de mariposas do gênero Hylesia. Profissionais fizeram o diagnóstico da doença como dermatite, com a identificação de 485 casos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco.

A dermatite causada por essas cerdas permanece por dias e até semanas, devido à permanência na pele, que pode ser observada em exames.