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Pai de Jairinho nega que filho seja psicopata e ataca pai de Henry

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

14/12/2021 16h34

As quase duas horas de depoimento do deputado estadual Coronel Jairo (Solidariedade-RJ) foram marcadas por críticas contra os envolvidos no Caso Henry Borel. Pai do ex-vereador Jairinho, o coronel da Polícia Militar depôs após ser intimado pela defesa de Monique Medeiros, mãe da criança, no processo que apura a morte do menino de quatro anos.

Coronel Jairo afirmou que não acredita na culpa do filho, padrasto do menino, pois leu ao menos nove livros sobre psicopatas e assassinos em série.

"[Quando o Henry morreu] Eu me perguntei se tinha passado 40 anos morando com um psicopata. Porque pode acontecer. Mas li muitos livros, e psicopata não tem TOC [Transtorno Obsessivo Compulsivo]. O meu filho é chato com isso", disse, dando o exemplo que o filho não permite nem um copo fora do lugar.

O pai também contou que Jairinho relatou estar dormindo no momento da morte de Henry. O deputado afirma que o filho toma "uns cinco remédios" para dormir, e que por isso não é fácil acordá-lo.

Em depoimento para defender o filho, Coronel Jairo atacou Leniel Borel, pai de Henry. O deputado afirmou que Leniel é "louco pela mídia" e que "não pode ver um microfone", tudo porque, de acordo com Jairo, quer se candidatar nas próximas eleições.

Além disso, o deputado apontou dois fatos isolados, sem fazer correlação: afirmou que Leniel é dono de cinco apartamentos na Muzema, em Rio das Pedras, e que o suplente de Jairinho, Marcelo Diniz, é ligado à área. Diniz foi presidente da associação de moradores da região.

Rio das Pedras é uma área historicamente ligada a uma milícia, que seria responsável por controlar as construções. Questionado se estava ligando Leniel à milícia, Jairo negou.

Ainda no mesmo tema, o deputado repetiu várias vezes que "não é miliciano", e sim um poeta. Ele ironizou que "é o miliciano mais brabo do Rio de Janeiro": "Não ando com seguranças, não tenho armas, dirijo meu próprio carro".

Coronel Jairo também afirmou que chega sozinho "no pagode", sobe no palco e canta, "sem preocupação".

Além de se defender, Jairo atacou a perícia da Polícia Civil. Sem apresentar provas concretas, afirmou que os laudos periciais do corpo do menino são falsos. O pai do réu disse ter ido ao hospital onde, segundo laudo pericial a criança deu entrada sem vida, e que não havia lesões no corpo de Henry —a perícia apontou 23 lesões no menino.

Jairinho chorou ao menos duas vezes no depoimento. A primeira foi quando o pai falou que "esse cara aí é tudo na minha vida", apontando em direção ao filho. Na segunda vez, foi quando Jairo relatou que o filho era muito carinhoso com os sobrinhos e os filhos. "Um doce", elogiou o deputado.