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De Bocardi a Glória Perez: 5 vezes em que criminosos foram contragolpeados

De anônimos a celebridades, como Rodrigo Bocardi, veja casos de quem já enganou golpistas - Reprodução/TV Globo e Arquivo Pessoal
De anônimos a celebridades, como Rodrigo Bocardi, veja casos de quem já enganou golpistas Imagem: Reprodução/TV Globo e Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

18/12/2021 04h00Atualizada em 18/12/2021 10h26

Tentativas de golpe nem sempre são bem-sucedidas. Às vezes, os alvos do crime identificam conversas suspeitas e decidem contra-atacar, "virando o jogo" contra os criminosos. Foi o caso em uma história contada com exclusividade pelo UOL nesta semana.

Nela, um gerente de vendas de 35 recebeu estranhas mensagens de um suposto tio que precisava de uma transferência bancária urgente. Percebendo a enganação, o homem entrou no jogo, fingiu não ter internet no celular e pediu que o criminoso transferisse um valor para comprar créditos. E não é que deu certo?

Confira abaixo cinco histórias de quase vítimas que enganaram golpistas.

Rodrico Bocardi e o golpe do Pix

Âncora do "Bom Dia São Paulo", Rodrigo Bocardi contou ao vivo no jornal, após uma matéria sobre tentativas de estelionato pelo aplicativo WhatsApp, que já pregou uma pegadinha em um suposto golpista ao identificar que era alvo do crime.

Ontem à noite me mandaram uma (mensagem), eu disse: manda aí o Pix. Enviaram o valor (desejado) R$ 2.680 e mais o CPF. Comecei aquele papo de manda o nome da sua mãe, quero ajudar — não tinha falado que era pra mãe, mas comecei, coitada, colocando a mãe na conversa — na hora que começa fazer um monte de pergunta, a pessoa fica desconfiada.

Após algum tempo "enrolando" o golpista, Bocardi ameaçou passar os dados que conseguiu para a polícia. O suspeito apagou a conversa logo em seguida.

"Falei: 'Beleza, esse CPF está bonito, e é para a polícia que vou levar, dá seu jeito aí'. Na hora apagou a mensagem, saiu correndo desesperado", lembrou.

Crédito de R$ 10

Um gerente de vendas revidou uma tentativa de golpe pelo WhatsApp ao falar com um suspeito que tentava se passar pelo tio dele. Alvo de criminosos em outras ocasiões, a vítima estava mais atenta e decidiu dar um contragolpe: fez o golpista colocar R$ 10 em créditos em sua linha de celular.

Já tinham avisado no grupo da família [sobre alguém se passando pelo tio] e na mesma hora chegou a mensagem", explicou a vítima, de maneira anônima, em entrevista ao UOL. "A ideia [do contragolpe] não é original minha, vi em algum grupo de WhatsApp ou no Instagram há algum tempo já.

O suspeito havia solicitado um depósito de R$ 2.432,00, via transferência Pix, alegando dificuldades de realizar ele próprio o depósito. O falso tio afirmou que o aplicativo de seu banco voltaria a funcionar somente no dia seguinte e que o valor era urgente.

Com intuito de ludibriar o golpista, o sobrinho esperou alguns minutos para pedir recarga no celular, para convencê-lo de que ele não tinha dados de internet móvel.

A ideia deu certo e o homem conseguiu a transação de R$ 10, sem dar um centavo para o golpista.

O filho estava ao lado

A fotógrafa Érica Soledade foi outra que conseguiu uma "doação" de créditos para celular de um golpista, que tentou se passar por seu filho, Lucas. A mulher, que mora em Salvador (BA), já foi alvo de dois golpes por WhatsApp mas, na terceira, conseguiu contragolpear o criminoso.

Ela estava em casa quando recebeu a mensagem de um número desconhecido com a foto do filho no perfil. Mas como o jovem veterinário estava ao lado da mãe, ela imediatamente percebeu a trapaça, segundo contou à TV Bahia, afiliada da Globo.

Agora vamos virar essa história. Vamos dar assunto e tentar alimentar e pedir dinheiro para ele.

A princípio, o golpista pediu o valor de R$ 2.350. Mas a fotógrafa foi mais uma a alegar que estava sem créditos no celular para conseguir usar a internet móvel e transferir o valor pelo aplicativo do banco. Prontamente o golpista realizou uma recarga de R$ 20, sendo bloqueado pela fotógrafa logo em seguida.

Ator manda foto "proibida" para golpista

Armando Babaioff, vilão da novela "Bom Sucesso" (2019), relatou no início do mês que um golpista tentou se passar por ele em uma conversa com seu pai no WhatsApp.

O ator, que estava ao lado do pai, desenvolveu uma breve conversa com o criminoso, que pedia dinheiro, e após receber alguns dados enviou uma foto "proibida", censurada pelo artista em seu perfil no Twitter, onde ele compartilhou a história.

Os seguidores de Babaioff se dividiram em apostas sobre qual era o conteúdo da imagem, com alguns indicando que poderia ser seu dedo do meio ou algum clique íntimo. Por fim, o suspeito bloqueou o ator.

Exposição dos dados nas redes sociais

Glória Perez foi outro membro do meio artístico alvo de tentativa de golpe este ano. Em novembro, a autora de novelas compartilhou em suas redes sociais trechos de conversas com uma pessoa que fingia ser seu irmão.

O suspeito avisava que havia trocado de número, perguntando logo em seguida se ela estava muito ocupada. "Precisava de um favor seu", emendou o golpista. O dono do perfil falso disse então que precisava de R$ 1.550 para fazer "um pagamento", já que ainda não havia cadastrado o aplicativo do banco no novo celular.

Já com os dados em mãos, Glória compartilhou a história no Twitter e pediu ajuda para o banco Next, em que a conta do golpista estava sediada.

Como se proteger

Tilt, canal de ciência e tecnologia do UOL, já mostrou outras trollagens em golpistas pelo WhatsApp e apontou dicas de segurança e o que fazer diante de situações semelhantes que você pode ver clicando aqui. Confira algumas delas a seguir.

Aumentando a segurança: O WhatsApp sugere algumas medidas de segurança para evitar o roubo de contas:

  • Nunca compartilhar código de confirmação do WhatsApp recebido por SMS com amigos ou familiares.
  • Desconfie de pessoas pedindo dinheiro via mensagem e sempre ligue para confirmar antes de fazer qualquer tipo de transferência.
  • Não abrir links desconhecidos recebido via SMS.
  • Cuidado ao abrir links recebidos. O golpe em que se envia uma mensagem chamativa com um link malicioso é chamado de phishing. Os golpistas costumam usar falsas promoções, atualizações de cadastro, ofertas de emprego e notícias sobre celebridades para atrair a vítima. Ao clicar, um programa espião, por exemplo, pode ser instalado no celular para obter informações pessoais, como dados bancários.

Confirmação em duas etapas: Ela funciona como uma camada a mais de segurança e pode ser ativada nas configurações do aplicativo.

  • Para isso, vá em Configurações > Conta > Confirmação em duas etapas.
  • Crie um PIN (conjunto de códigos numéricos) que será solicitado de tempos em tempos.
*Nome real foi preservado a pedido da fonte para resguardar suas identidade e segurança