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Joel: Governo Bolsonaro recusa ajuda da Argentina por motivos ideológicos

Do UOL, em São Paulo

30/12/2021 13h36Atualizada em 30/12/2021 14h50

Para Joel Pinheiro, comentarista do UOL News, o presidente Jair Bolsonaro (PL) "não está nem aí" para a situação do sul da Bahia, atingida por fortes chuvas, e recusou a ajuda humanitária da Argentina para a região por motivos ideológicos, e não técnicos.

"Seria uma ajuda extra, algo a mais, que marginalmente ajudaria algumas pessoas ali. Por que não aceitar?", indagou Joel em entrevista ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.

A dispensa ao oferecimento de ajuda por parte da Argentina, que disponibilizou profissionais especializados em saneamento, logística e apoio psicossocial, foi comunicada pelo governo às autoridades do país vizinho na noite de ontem, segundo o governo da Bahia.

Na resposta oficial, o Ministério das Relações Exteriores disse que a situação na Bahia "está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários", indicando não haver, por ora, necessidade de apoio.

As chuvas que atingem a Bahia desde o início do mês já deixaram 24 pessoas mortas e 434 feridas. Ainda há 37.324 pessoas desabrigadas e 53.934 desalojadas no sul do estado, segundo a Defesa Civil local.

A recusa do governo federal foi criticada por membros da oposição. Hoje pela manhã, Bolsonaro foi ao Twitter para explicar a recusa, dizendo que ela "não seria necessária no momento", mas que poderá ser acionada em caso de agravamento da situação.

O presidente, porém, disse que, ontem, o Ministério das Relações Exteriores aceitou ajuda de outro país: o Japão, que se prontificou a enviar barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas e galões plásticos e purificadores de água.

Para Joel, Pinheiro. Bolsonaro "deu recursos insuficientes e, agora, aceita ou nega recursos de países conforme há alinhamento ideológico".

"Japão, direita? Esse a gente quer ser amiguinho. Argentina, governo de esquerda? Esse eu não quero receber, porque aí ficaria mal na foto", criticou.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.