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Réveillon em Copacabana retorna com chuva e sem lotação

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio

31/12/2021 22h32

A tradicional festa de Réveillon em Copacabana, na zona Sul do Rio de Janeiro, voltou neste ano embaixo de chuva e sem lotação de pessoas na orla da praia.

Por conta da pandemia, Copacabana não receberá shows. Haverá uma queima de fogos a partir da meia-noite. O policiamento está reforçado na região.

Suspeitas de furtos também marcaram a celebração na areia e na orla. Pessoas que participavam da festa relataram que grupos de jovens corriam pelo local pegando aparelhos celulares das mãos dos presentes.

Acionados, policiais ainda abordaram suspeitos, com cassetete em mãos. A reportagem presenciou ao menos um homem sendo algemado por policiais.

Por volta das 20h, quando o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), discursou em rede nacional, moradores de Copacabana gritaram pelas janelas "Fora Bolsonaro". Também foi possível ouvir panelaços na rua Hilário de Gouveia.

31.dez.2021 - Policias fazem abordagens na orla de Copacabana  - Daniele Dutra/UOL - Daniele Dutra/UOL
31.dez.2021 - Policias fazem abordagens na orla de Copacabana após reclamações de pessoas assaltadas
Imagem: Daniele Dutra/UOL

A chuva que ia e voltava durante todo o dia sugeria que as vendas de capas de chuva iriam bem hoje, segundo o ambulante Wagner Pereira, 49.

Há 10 anos, ele vem trabalhar na praia de Copacabana no Ano-Novo. Desta vez, Pereira chegou às 9h com 50 capas e durante todo o dia vendeu 39. Por volta das 21h, ainda restavam 11.

"Se fosse em um dia normal, sem pandemia, venderia todas em 30 minutos. Caiu muito, as vendas estão horríveis. Aqui, comparado a outros anos, a praia está vazia, mais perigosa e as vendas muito fracas", disse ao UOL.

As primas Janiele Matos, 22, e Vitória Coutinho, 21, vieram de São Luís do Maranhão para curtir o Réveillon em Copacabana pela primeira vez com primo, a tia e a poucos metros, dizem ter presenciado um furto: " Uma cidade muito linda, mas estou com medo dos assaltos", disse Vitória.

"Eu nem achei tão perigosa, mas como acabamos de presenciar um assalto, estou assustada. Achei muita audácia da parte deles. Eles chegam em grupos", disse Janiele. Eles afirmam que voltarão para o bairro Estácio, na casa do primo e da tia.

O uso de máscara dividia o público que veio para curtir a festa. O metrô, que costumava ficar lotado, estava relativamente vazio. Assim como os quiosques, que mesmo com um número considerável de pessoas, ainda era possível ver cadeiras vazias.