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Capitólio (MG): Zema diz que vítimas devem ser indenizadas

O governador da Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO) - Reprodução/YouTube
O governador da Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO) Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, no Rio

09/01/2022 10h59Atualizada em 09/01/2022 15h22

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), afirmou na manhã de hoje (9), em entrevista à CNN, que as vítimas do desabamento de uma rocha em Capitólio (MG) devem ser indenizadas. Ele, no entanto, evitou dizer quem deveria pagar por isso.

"É uma área de visitação pública. É como se, no Rio de Janeiro, rolasse uma pedra do Pão de Açúcar e atingisse alguém. Só que, neste caso, estamos falando de uma área sob jurisdição da Marinha. É algo que teremos que analisar", disse. "Essas vítimas com certeza têm direito a alguma reparação, mas o responsável não tenho condição de responder."

O governador mineiro destacou a importância do turismo para a região e disse esperar que seja elaborado um plano de segurança que permita que as atividades sejam retomadas.

Tanto Zema quanto o prefeito de Capitólio, Cristiano Silva, disseram que este plano deve ser elaborado —embora não tenham explicado por que isso ainda não havia sido feito.

O que eu espero é que venha a ser feito um estudo geológico e que fique provado que, pelo menos enquanto não está chovendo, temos uma situação segura. Ou que, pelo menos, os cânions sejam visitados com uma distância mínima de segurança. É uma região muito bonita, que recebe milhares de turistas por ano e que está estruturada em torno de serviços de hotéis, pousadas e empresas de turismo, que empregam muitas pessoas."
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais

Especialistas ouvidos pelo UOL questionaram a falta de um monitoramento constante, que poderia ter evitado a tragédia.

Ainda não há um consenso sobre como deveria ter sido feita a fiscalização no local onde ocorreu o desprendimento da rocha. Na tarde de sábado, a Marinha havia informado que investigaria por que os passeios foram mantidos mesmo após os alertas. Depois, emitiu comunicado dizendo que "o ordenamento do espaço aquaviário onde ocorreu o acidente está sob a jurisdição da Prefeitura de Capitólio".

Pela manhã, o prefeito Cristiano Silva afirmou que, no momento do desabamento, havia uma moto aquática da prefeitura que acompanha as embarcações para evitar que elas fiquem ancoradas próximo aos paredões ou que pessoas desembarquem para nadar.

Ele também ressaltou que pretende se reunir com órgãos técnicos para a elaboração do plano de segurança para a região.

Por meio de nota, a Eletrobras Furnas, principal empresa a operar na região, disse que "lamenta profundamente essa tragédia e se solidariza com as vítimas e seus familiares". "O Corpo de Bombeiros, a Marinha do Brasil e a Defesa Civil estão conduzindo operações de resgate do local e poderão prestar informações pontuais", diz o texto.

"Estamos no meio da lama"

Sobre as fortes chuvas que atingem Minas Gerais, o governador disse que está em contato com o governo federal para o envio de recursos, mas que ainda há regiões onde não é possível ter o mapeamento preciso dos estragos e iniciar os trabalhos de reconstrução.

"As obras só poderão ser realizadas quando as chuvas pararem. Neste momento estamos aqui no meio da lama, é impossível fazer qualquer trabalho de reconstrução onde continua chovendo", afirmou.

De acordo com ele, a situação segue sendo preocupante já que as chuvas devem continuar nas próximas horas e não há mais capacidade de absorção do solo. Por isso, o nível dos rios deve aumentar. O governo estadual já enviou 20 mil cestas básicas para as regiões mais atingidas.

De acordo com boletim deste sábado (8) da Defesa Civil estadual, o período chuvoso, registrado desde outubro, já deixou seis mortos e fez com que pelo menos 16 mil pessoas saíssem de casa. Mais de 120 municípios estão em estado de emergência.