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Prefeito de Capitólio (MG): "Apontar um culpado é muita injustiça"

Do UOL, no Rio

09/01/2022 09h45Atualizada em 09/01/2022 15h15

O prefeito de Capitólio (MG), Cristiano Silva (PP), afirmou, em entrevista à CNN na manhã de hoje, que "é uma injustiça" apontar um culpado pelo desabamento de uma rocha que deixou ao dez mortos. Ele classificou o ocorrido como "fatalidade" e disse que foi algo "inédito".

Dizer que houve uma falha, apontar um culpado é muita injustiça. Foi uma fatalidade e precisamos buscar soluções de segurança para que não aconteça mais."
Cristiano Silva (PP), prefeito de Capitólio

Silva contou que já foi "marinheiro" e dirigiu lanchas na região. Ele criticou a divulgação de fotos antigas nas redes sociais, que apontam fendas nos rochedos. "Não é o momento de olhar para trás e apontar um culpado. Esses especialistas de internet que aparecem depois das tragédias eu não dou muito crédito."

O prefeito pretende se reunir com os órgãos competentes —como a Marinha e a Defesa Civil— "nos próximos dias" para elaborar um plano de segurança para a região.

Também hoje, em entrevista à TV Integração, afiliada da Rede Globo em Minas Gerais, Silva anunciou que todo o turismo aquático na cidade está fechado até que haja uma análise de segurança por parte da Defesa Civil.

Estão fechadas as entradas do cânion e da cascatinha. Em São José da Barra [município vizinho], tem o Vale do Tucano, que também ficará fechado até que seja concluída a avaliação."
Cristiano Silva (PP), prefeito de Capitólio

Geólogos ouvidos pelo UOL afirmaram que a tragédia de sábado (8) poderia ter sido evitada caso houvesse um acompanhamento técnico periódico na região.

Moto aquática que acompanha embarcações

Nas entrevistas, Cristiano Silva destacou que, no momento do desabamento, havia uma moto aquática da prefeitura que acompanha as embarcações para evitar que elas fiquem ancoradas próximo aos paredões ou que pessoas desembarquem para nadar.

O prefeito confirmou que havia um alerta da Defesa Civil em relação a cabeças d'água na região, mas que não estaria ligado à rocha que desabou, mas sim às cachoeiras.

"O que aconteceu foi algo inédito. Moramos na região de paredões e nunca foi visto da forma como aconteceu ontem. Cabe a nós agora saber que pode acontecer e trabalhar para que nunca mais aconteça."

Ainda não há um consenso sobre como deveria ter sido feita a fiscalização no local onde ocorreu o desprendimento da rocha. Na tarde de sábado, a Marinha havia informado que investigaria por que os passeios foram mantidos mesmo após os alertas. Depois, emitiu comunicado dizendo que "o ordenamento do espaço aquaviário onde ocorreu o acidente está sob a jurisdição da Prefeitura de Capitólio".