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Metroviários de SP decidem não entrar em greve após acordo com governo

Categoria decidiu não aderir à greve em nova assembleia - Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Categoria decidiu não aderir à greve em nova assembleia Imagem: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

15/02/2022 21h22Atualizada em 16/02/2022 03h28

Os metroviários de São Paulo decidiram, na noite de hoje, que não vão paralisar suas atividades após passar mais de três semanas em estado de greve na capital.

A decisão da categoria, que trabalha nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, administradas pela STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos) foi tomada após uma segunda rodada de negociações com o governo de São Paulo, mediada pela Justiça do Trabalho.

A proposta aceita pela categoria e pelo metrô foi de a segunda parcela da Participação de Resultados da empresa fosse de uma média das propostas apresentadas pelos dois lados, de R$ 2.375, com valor também entregue aos demitidos após o ano de 2019.

A negociação também determinou que o desconto de dois dias de salário e de descanso remunerado, feito durante campanha salarial, também será devolvido.

"Nesta campanha, os trabalhadores estão de parabéns. Os companheiros estão com orgulho de ter feito essa campanha até agora. Usaram o adesivo, pouquíssimas pessoas mantiveram os uniformes, a mobilização da categoria foi impressionante", afirmou Altino de Melo durante assembleia realizada na noite de hoje.

Por fim, o governo se comprometeu em apresentar um estudo em relação à alteração de critérios de steps (uma espécie de plano de carreira), de promoções e progressões atrasadas em até 30 dias, prazo que pode ser estendido por mais 30 dias.
Uma comissão de três funcionários da companhia deve ser formada para apresentar ideias dentro desse estudo.

Proposta anterior foi rejeitada

A primeira rodada de negociação entre a categoria e o governo, feita no dia 7, terminou com uma proposta da Justiça, que pedia que o metrô pagasse uma parcela fixa de R$ 2,5 mil de PR para todos os trabalhadores metroviários, exceto os engenheiros, que têm sindicato próprio.

Ela também previu a devolução dos valores descontados dos trabalhadores no período de campanha salarial e estipulou um prazo de 60 dias para que o Metrô apresentasse uma minuta com proposta para garantir a isonomia salarial da categoria.

Além disso, o juiz também sugeriu que o debate sobre acúmulo de funções fosse feito por ofício à parte.

Reivindicações da categoria

Entre as pautas levantadas pela categoria para declarar o estado de greve em janeiro estão o pagamento na Participação dos Resultados da empresa, que, deveria ter sido feito até o dia 31 de janeiro por determinação judicial.

O valor, segundo os metroviários, seria desigual a depender da função exercida pelo trabalhador, podendo variar entre R$ 2.037 (para um "trabalhador comum" e R$ 20 mil para um diretor).

Eles também apontaram uma desigualdade no salário de pessoas que cumprem as mesmas funções na instituição, que, de acordo com a categoria, chega a ter 60% de diferença.

Além disso, a categoria sinalizava o acúmulo e desvio de funções e pedia o pagamento do desconto de horas retiradas durante manifestações na campanha salarial de 2021, que teria sido devolvida apenas para algumas áreas.