Estudante preso por maus-tratos a naja dá curso sobre serpentes peçonhentas
O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, 22, que ficou conhecido por ter sido picado por uma cobra naja no dia 7 de julho de 2020 e responde por maus-tratos, ministrou um curso on-line sobre serpentes peçonhentas, em que citou a importância da preservação ambiental e deu dicas do que fazer em caso de acidentes com os répteis.
O curso em questão foi realizado no início de fevereiro. Pedro apresentou o tema ao lado de um colega de pesquisa e os dois abordaram temas como a identificação das serpentes peçonhentas, acidentes com estes animais, primeiros socorros, ecologia e hábitos destes répteis. Ao todo, o curso durou mais de duas horas e foi publicado no canal do YouTube de uma organização que atua em defesa do meio ambiente.
Em dado momento da palestra, o colega explica que "há muita demanda" a respeito do tema na região em que o curso foi ministrado e que as serpentes ainda são um "grupo muito estigmatizado". Em outro, Pedro dá dicas do que fazer no caso de acidentes com cobras e responde dúvidas sobre o tema.
Ao UOL, um membro da organização, que preferiu não se identificar, afirmou que o minicurso não foi uma produção da instituição e que ele trouxe o programa para o canal com o intuito de divulgar o trabalho por acreditar que o curso "promoveria conhecimento".
"Na região, muita gente acaba matando cobras por ignorância. Quando chegou a informação que haveria um curso, pensei em promovê-lo. Eu acredito que a gente precisa conhecer para preservar. Na hora, não vi quem eram os palestrantes, só pensei em divulgar e participar", relatou o integrante da ONG.
Ainda, segundo o ativista ambiental, os dois se apresentaram como estudantes universitários. O curso contou com a presença de cerca de 60 pessoas e teve informações relevantes sobre educação ambiental. "Claro que tudo tem que ser apurado, mas, independentemente do passado dele, as informações divulgadas foram positivas para a comunidade."
Pedro foi indiciado por tráfico de animais silvestres e por maus-tratos de pelo menos 23 cobras. Além disso, Pedro responde por associação criminosa e exercício ilegal da profissão. Ele havia sido preso temporariamente no dia 29 julho do ano passado por suspeita de integrar um esquema para a prática de crimes ambientais, como tráfico de animais, mas foi liberado dois dias depois.
Além dele, a mãe, Rose, o padrasto, o coronel Eduardo Condi, e o colega Gabriel Ribeiro, que teria abandonado a cobra no Píer 21, também foram denunciados pelo MP-DFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios). A audiência que julgará os denunciados foi designada para ser realizada no dia 18 de maio, segundo informações do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios).
A reportagem tentou entrar em contato com Pedro e foi informada que ele não quer se pronunciar.
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