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Prefeito de Angra quer ajuda do MPF para desligar usinas nucleares

03.abr.22 - Prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB-RJ), fala sobre as chuvas que atingiram a cidade - Reprodução/Facebook Prefeitura de Angra
03.abr.22 - Prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB-RJ), fala sobre as chuvas que atingiram a cidade Imagem: Reprodução/Facebook Prefeitura de Angra

Do UOL, no Rio

03/04/2022 19h13

O prefeito de Angra dos Reis (RJ), Fernando Jordão (MDB), afirmou na tarde deste domingo (3), em entrevista à Globonews, que irá pedir ao MPF (Ministério Público Federal) apoio para conseguir o desligamento das usinas nucleares da cidade enquanto o acesso ao município não estiver normalizado.

Jordão declarou discordar da posição do presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, que havia dito mais cedo que não existem razões técnicas para que as usinas de Angra 1 e Angra 2 sejam desligadas.

A cidade de Angra dos Reis é uma das mais atingidas pelas chuvas que castigam o Estado do Rio desde a última sexta-feira. Já foram registradas oito mortes no município por causa de um deslizamento de terra na região de Monsuaba. São ao menos 16 óbitos em todo o estado.

O prefeito citou a dificuldade de entrada e saída do município como o principal motivo para que as usinas parem de funcionar temporariamente:

"Defendo as usinas nucleares, mas o plano de emergência se faz também com as estradas. O presidente da Eletronuclear, com quem temos um ótimo relacionamento, tem uma posição diferente da minha. Imagine se houver um problema técnico nas usinas? Precisamos das estradas para evacuar a população. Estou pedindo ao Ministério Público Federal o desligamento das usinas enquanto nós não tivermos a Rio-Santos [BR-101] totalmente recuperada e a RJ-155, que é uma estrada estadual, também recuperada".

Jordão já havia pedido anteriormente à Eletronuclear o desligamento, mas foi rebatido por Guimarães. Para o presidente da empresa, o plano de emergência não está comprometido pelas quedas de barreiras nas estradas e a interrupção das atividades das usinas poderia comprometer o fornecimento de energia no país, principalmente no Sudeste.

"Desligar as usinas não ajudaria em nada a cidade e ainda prejudicaria o sistema de energia pois retiraria 2 mil megawatts do sistema elétrico. Isso afetaria fundamentalmente a região Sudeste por questões de proximidade", afirmou.

Na entrevista à Globonews, Jordão afirmou que esteve reunido neste domingo com representantes dos governos federal e estadual para pedir apoio à cidade na recuperação após o temporal. Sobre as estradas, ainda não há previsão de liberação completa e motoristas que querem acessar o município estão tendo muita dificuldade.