Topo

Esse conteúdo é antigo

Sobe para 16 número de mortos após temporal no Rio de Janeiro

Do UOL, em São Paulo

03/04/2022 09h54Atualizada em 04/04/2022 07h34

Subiu para 16 o número de mortos em decorrência das chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde anteontem. Sete pessoas seguem desaparecidas.

A Defesa Civil de Angra dos Reis confirmou hoje que ao menos oito pessoas —quatro adultos e quatro crianças— morreram na cidade, que registrou recorde de chuva. Eles foram vítimas de um deslizamento de terra na região de Monsuaba, que atingiu seis casas na madrugada de ontem.

O corpo de uma criança foi encontrado na manhã de hoje e outras três pessoas, conforme os relatos de parentes, estão desaparecidas na região. Os trabalhos de buscas continuam. Durante a madrugada de hoje, um novo deslizamento foi registrado pela Defesa Civil na área, mas não houve registro de vítimas.

Na Ilha Grande, as comunidades mais afetadas foram as de Araçatiba, Vermelha, Provetá, Abraão e Aventureiro. Em todas elas, segundo a prefeitura, foram registrados deslizamentos de terra e de blocos de pedra. A praia de Itaguaçu, ao lado da praia Vermelha, foi praticamente soterrada. De acordo com relatos de moradores da região, há quatro pessoas desaparecidas.

Em Angra, a Defesa Civil informou que segue em "estado de alerta máximo", mesmo com a diminuição das chuvas. O órgão pediu que os moradores de áreas de risco ainda não retornem para a casa, porque, como o solo está encharcado, existe possibilidade de novos deslizamentos.

Todas as sirenes do sistema de alerta —20 blocos de sirenes, distribuídos em 26 bairros que abrangem as áreas de risco— soaram para alertar moradores sobre a possibilidade de deslizamentos e alagamentos, informou a prefeitura.

Em função de deslizamentos, a BR-101, a RJ-155 e a Estrada do Contorno estão obstruídas.

A Defesa Civil informou ainda que há 30 abrigos abertos e 181 pessoas estão neles.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse hoje nas redes sociais que foi a Angra "acompanhar o atendimento das pessoas atingidas pelas chuvas" e se reunir com o prefeito da cidade, Fernando Jordão (MDB).

Recorde de chuva em Angra

Em entrevista ontem ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes o prefeito da cidade afirmou que "o trabalho de prevenção foi feito, mas a chuva foi a maior que já atingiu o município".

Num vídeo divulgado na página do Facebook da prefeitura, Jordão afirmou que decretou ontem situação de emergência no município.

Segundo balanço da Defesa Civil na manhã de hoje, houve o registro de 900 mm de chuva nas últimas 48 horas em Ilha Grande e 737 mm no continente, índices jamais registrados anteriormente no município.

Mortes em Paraty e Mesquita

Outras sete pessoas da mesma família morreram em Paraty. As vítimas são mãe e seis filhos. A mulher foi identificada como Lucimar de Jesus Campos e os filhos são João, 2, Estevão, 5, Yasmim, 8, Jasmin, 10, Luciano, 15, e Lucimara, 16.

Apenas um menino, Dorquel, foi resgatado com vida e encaminhado a um hospital de Praia Brava. Um primo de Lucimar conversou com a reportagem do UOL: "É como se a gente tivesse morrido também".

Em Mesquita, na Baixada Fluminense, segundo informações do Corpo de Bombeiros, um homem, identificado como Daniel Ribeiro Pessoa, morreu eletrocutado enquanto tentava resgatar uma mulher que estava num carro numa rua alagada, no bairro Santa Elias.

O advogado ia buscar a esposa no trabalho na tarde de sexta quando começou o temporal. Na rua Antônio Borges, ajudou uma mulher que estava dentro de um carro e acabou sofrendo uma descarga elétrica.

Um motociclista que passava pelo local ainda tentou reanimar o advogado, sem sucesso. Pessoa deixa dois filhos, um de sete meses e outro de 8 anos.

Na Baixada Fluminense, além de Mesquita, também houve estragos nas cidades de Nova Iguaçu e Belford Roxo, onde um homem usou uma caixa de isopor para retirar os dois filhos pequenos da enchente.