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SC: Mãe e padrasto são indiciados por morte de menina que caiu de 4º andar

Luna Victorique Zabatiero Carlota morreu ao cair do 4º andar do prédio onde morava, em Chapecó (SC) - Arquivo pessoal
Luna Victorique Zabatiero Carlota morreu ao cair do 4º andar do prédio onde morava, em Chapecó (SC) Imagem: Arquivo pessoal

Giorgio Guedin

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

26/04/2022 19h46Atualizada em 26/04/2022 19h46

A menina Luna, 5, que morreu ao cair do quarto andar de um prédio em Chapecó (SC), ficou aproximadamente uma hora sozinha no apartamento, ao contrário dos 20 minutos que a mãe e o padrasto afirmaram em depoimento, concluiu a Polícia Civil. O inquérito foi finalizado hoje e responsabilizou o casal por abandono de incapaz com resultado em morte. Se condenados, cada um pode cumprir de 4 a 12 anos de reclusão.

"Ao analisar as imagens do supermercado, pode-se constatar que a mãe chega às 19h27 e sai às 20h20. Só ali [no supermercado], deu 53 minutos", afirmou o delegado Éder Matte, responsável pela investigação, sem considerar o tempo do deslocamento e o fato de que os responsáveis não teriam concluído as compras. Eles tinham dito em depoimento que teriam ido comprar o jantar e que se ausentaram por menos de meia hora.

Luna morreu, após cair de uma altura de aproximadamente 12 metros, em decorrência de traumatismo craniano. Não foram encontrados sinais de violência no corpo da garota. O inquérito apurou que a queda ocorreu por volta das 20h do dia 8 de abril. O fato do sofá da sala estar encostado na janela — com uma distância de 38 cm entre o braço do móvel e a abertura da janela — pode ter contribuído para que ela sofresse a queda. O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário.

Mãe padrasto de Luna devem responder o caso em liberdade. "A prisão preventiva não é para qualquer caso. Ela precisa de alguns requisitos, como a garantia de ordem pública. E, neste momento, decidi, por não representar pela ausência desses requisitos", declarou Matte ao UOL.

Ausência de proteção

Durante a investigação, a Policia Civil procurou casos semelhantes e reforçou a importância das redes de proteção nos apartamentos — mesmo com familiares dentro.

Os responsáveis por Luna afirmam que não tinham condições, naquele momento, de comprar o material de proteção.

O pai da criança, que mora na Irlanda, afirmou que já teria falado com a mãe para providenciar a compra — e que ela teria se comprometido a fazer.