Criança é picada por cobra coral-verdadeira em SC: 'Uma das mais perigosas'
Uma criança de seis anos foi picada na manhã de ontem por uma cobra coral-verdadeira, na cidade de Nova Trento, a 85 km de Florianópolis. A espécie é considerada uma das mais perigosas do país.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, a criança mexeu em uma caixa de papelão nas proximidades da residência, no interior do município, quando foi picada pelo réptil. A vítima inicialmente foi encaminhada ao hospital da cidade, mas por se tratar de um caso potencialmente grave, o helicóptero Arcanjo-01 foi acionado e transportou a criança para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.
O estado da criança não era grave no momento do atendimento dos bombeiros. Procurada pelo UOL na manhã de hoje, a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela unidade hospitalar, não repassou a atualização do quadro clínico do menor.
Espécie está entre as serpentes mais perigosas
Segundo Giuseppe Puorto, diretor Cultural do Instituto Butantan de São Paulo, acontecem cerca de 30 mil acidentes por ano com serpentes peçonhentas no Brasil, com índice de letalidade de 0,5%.
Além disso, há quatro grupos de serpentes consideradas perigosas. A serpente que mais causa acidentes é a jararaca, porém ela é uma das menos letais. A cascavel é responsável por cerca de 10% dos acidentes, sendo que 2% das ocorrências ocasionadas pela espécie morrem. Já a coral-verdadeira é a responsável por 1% dos 30 mil casos, com índice de letalidade menor que o da cascavel.
"Não é que ela [a cobra-coral] é a mais perigosa. Se analisarmos o veneno em si, ela pode ser considerada perigosa? Pode. Mas não é a que tem o maior índice de letalidade", explicou Puorto ao UOL.
Giuseppe reforça ainda que, independente da espécie, qualquer acidente com serpente peçonhenta é considerado de risco. O veneno de cada espécie age de forma diferente.
Na jararaca, a toxina causa dor e inchaço, podendo levar a necrose no local atingido. A cascavel causa o maior índice de mortes, pois o veneno, dependendo da quantidade, pode causar insuficiência renal aguda - causando risco de vida.
Já com o veneno da coral, a área atingida fica adormecida. "A consequência mais crítica da coral é um problema respiratório no diafragma e a pessoa para de respirar. Mas isso não é comum de acontecer", pontuou.
O que fazer em caso de acidente com serpente?
- Manter a calma - tanto paciente quanto a pessoa que acompanha;
- Tentar lavar a área atingida com água e sabão, para evitar infecções secundárias;
- Encaminhar a um serviço de saúde mais próximo.
O que não se deve fazer?
- Amarrar (fazer torniquetes) ou cortar a área atingida;
- Não se deve colocar nada em cima da área atingida, exceto água e sabão;
- Não se deve beber nenhum produto específico, exceto água.
É o médico, por fim, que avalia o quadro do paciente e qual soro deve tomar - e se há necessidade de tomar.
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